Walmir Cunha diz que sempre soube que o atentado estaria ligado a uma ação da área de família

O advogado Walmir Cunha, vítima de atentado a bomba em seu próprio escritório de advocacia em julho deste ano, afirma que intuia desde o princípio que a motivação do crime estaria relacionado a um dos poucos processos sob sua responsabilidade em tramitação em uma das varas de família de Goiânia. Walmir atua nas mais efetivamente áreas de Direitos Agrário e Empresarial.

Segundo ele, após a tramitação com uma complexa ação judicial, obteve êxito em favor de seu cliente. “Mas lamentavelmente, a parte derrotada, ao não aceitar a legítima decisão judicial, cometeu crime hediondo para promover uma retaliação contra minha vida e minha atividade profissional, que foi exercida rigorosamente dentro da lei e segundo todos os preceitos éticos que regem a advocacia no Brasil”, disse.

De acordo com Walmir, ele já havia recebido ameaças veladas e outras nem tanto de um dos agentes federais presos ontem pela Polícia Civil, apontado como sendo o mandante do atentado. “Houve ameaças veladas e sequenciais e ameaças expressas que, inclusive, estão documentadas nos autos”, afirma o causídico, sem mencionar nomes.

Os problemas aumentaram depois que Walmir ganhou uma ação de disputa de guarda de menor. Ele representava o ex-genro de Valdino, que acabou ganhando o direito de ficar com a filha, depois de disputar a guarda com a mãe. “Fiz defesas apaixonadas do meu cliente, sensibilizando o Judiciário da importância da criança ficar com o pai”, afirma, dizendo que isso gerou muita insatisfação da parte adversa.

Os supostos responsáveis pelo crime estão detidos na carceragem da Polícia Federal em Goiânia. Contra eles pesa mandado de prisão temporária de 30 dias. Trata-se dos agentes federais aposentados Ovídio Rodrigues Chaveiro e Valdino Rodrigues Chaveiro, que é ex-sogro do cliente de Walmir.
NOTA OFICIAL DE WALMIR SOBRE O CASO

Após seis meses de um acentuado trabalho investigativo da Polícia Civil, foi esclarecida definitivamente a autoria do atentado contra minha pessoa, cuja motivação, conforme apurado, está diretamente ligada a minha atividade profissional. Apesar de ser especialista no Direito Agrário e Empresarial, a ação em questão, que motivou o atentado, foi na área do Direito de Família.

Após a tramitação com uma complexa ação judicial, obtive êxito em favor de meu cliente. Mas lamentavelmente, a parte derrotada, ao não aceitar a legítima decisão judicial, cometeu crime hediondo para promover uma retaliação contra minha vida e minha atividade profissional, que foi exercida rigorosamente dentro da lei e segundo todos os preceitos éticos que regem a advocacia no Brasil. Preceitos estes que sigo desde o início de minha carreira profissional há mais de 12 anos.

Quero aproveitar a oportunidade e agradecer imensamente a competência e o empenho da Polícia Civil de Goiás, que de fato não mediu esforços para esclarecer tão bárbaro crime. Agradeço ainda o importante apoio prestado pela Polícia Federal, durante as investigações.

Espero que esse terrível fato ocorrido com minha pessoa sirva para se levantar um amplo e debate sobre as leis que tratam da segurança dos profissionais do direito no exercício de sua profissão. É preciso que essa discussão avance de forma séria, não só nas casas legislativas, mas também em todas as esferas do Poder Judiciário.

É de suma importância, para o devido exercício do Direito no Brasil, em homenagem à  segurança jurídica, que todos os profissionais atuantes nessa área sejam salvaguardados na prática diária de seu trabalho, seja como advogado ou como qualquer outro agente operador do Direito.

O atentado contra advogados, juízes, promotores e outros membros integrantes do sistema judicial brasileiro é um atentado contra a digna da Justiça.

Walmir Oliveira da Cunha