Sinpol aponta que posto policial do Hugo foi fechado por falta de pessoal‏

Da Redação

O posto policial do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) foi fechado por falta absoluta de pessoal para fazer o trabalho. A avaliação é do presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado de Goiás (Sinpol-GO), Paulo Sérgio Alves Araújo.

No local, por mais de duas décadas foram registradas as ocorrências relacionadas com pessoas que davam entrada na unidade hospitalar. Agora, elas terão de se deslocar para delegacias de polícia. Para o presidente do Sinpol, a parte mais prejudicada com a carência de policiais é a população, que cobra a solução de crimes. Os policiais também acabam sobrecarregados com isso.

A situação de falta de pessoal estava tão insustentável que, por meio de portaria, o delegado regional de Goiânia, Alexandre Pinto Lourenço, havia determinado que agentes de polícia  lavrassem boletim de ocorrência no lugar dos escrivães. Diante da ilegalidade do ato, o Sinpol recorreu à Justiça e, na sexta-feira (26/6), a juíza da 3ª Vara da Fazenda Pública Municipal de Goiânia, Juliana Barreto Martins da Cunha, concedeu liminar para que os agentes não sejam mais obrigados a desempenhar uma função que não é deles.

Especificamente em relação ao posto policial do Hugo, Paulo Sérgio observa que no local só havia agentes, mas nenhum escrivão. “O problema do fechamento reside na falta de efetivo. Simplesmente não havia ninguém para trabalhar”, resume, lembrando que o efeito de policiais civis hoje, no Estado, é de 3.454, contando agentes, delegados, escrivães e papiloscopistas. A Polícia Civil dispõe de mais de 6.600 vagas, o que significa que pelo menos 2.150 cargos estão vagos. “Esse número, de 6.600, não é o ideal, é apenas para fazer a Polícia Civil funcionar”, esclarece o presidente do Sinpol. “Para termos um serviço de excelência e mostrarmos o que somos capazes de fazer, precisamos de mais de 10 mil policiais”, observa.

A consequência disso é que a população se sente cada vez mais insegura. “É difícil ter a sensação de justiça nessas condições”, analisa, acrescentando que a função da Polícia Civil é investigar e esclarecer crimes, com métodos científicos. Ele cita o caso do serial killer Thiago Henrique Gomes da Rocha como um exemplo da qualidade do trabalho da Polícia Civil de Goiás. “Queremos oferecer esse mesmo tipo de tratamento a todas as vítimas e suas famílias, mas, para isso, precisamos de mais policiais.