Prefeitura de Goiânia quer padrão em números usados em imóveis

Que os endereços de Goiânia são complicados, todo mundo já sabe. A dificuldade de encontrar um logradouro, principalmente para quem é de fora, é frequente. Além da falta de sequência das ruas numeradas, a ausência do número oficial do imóvel também pode ser problema para a entrega de correspondências, por exemplo. As informações são do jornal O Hoje.

Para mudar esse cenário, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Sustentável (Semdus) orienta que proprietários de imóveis procurem lojas de atendimento para regularizar essa situação.

O valor da taxa para obter esse número é de R$ 38,05. Para fazer a solicitação, que também pode ser feita pelo site da Prefeitura de Goiânia, é necessário estar com o carnê do IPTU. Segundo o titular da Semdus, Paulo César Pereira, o poder público tem a responsabilidade de ordenar a cidade e por isso faz a recomendação. Mas cabe ao proprietário confeccionar e instalar os números. Atualmente, não existe uma padronização referente a dimensões e materiais que podem ser usados.

Escolha aleatória

De acordo com o secretário, a administração municipal está desenvolvendo um projeto que pode estabelecer padrões para a numeração de imóveis na capital, ressaltando a importância de se instalar a numeração em local de fácil visibilidade e no tamanho apropriado.

E essa medida, que ainda não é obrigatória, é vista como positiva pelos Correios. Coordenador de suporte do órgão, Ataíde Henrique Duarte Júnior aponta que esse é um problema histórico. “Apesar de ser cidade planejada, esse é um problema recorrente em toda a Goiânia e causa uma série de transtornos na hora da entrega das encomendas.”

Conforme Ataíde Júnior, cada carteiro em Goiânia elabora a própria estratégia para a entrega, o que não ocorre em outras cidades. “Em Goiânia, os carteiros gastam mais tempo para realizar a triagem porque eles precisam fazer a identificação pelos números de quadra e lote”. Ele acrescenta que, além da falha de números, existem imóveis com números duplicados. “Acreditamos que, no passado, moradores escolheram seus números aleatoriamente e isso foi virando hábito.”

Conforme a Semdus, a metodologia utilizada para atribuir a numeração aos imóveis consiste em numerá-los de rua por rua, de forma crescente, partindo do centro para a periferia. Assim, cada rua começa com o número 01 e os números vão progredindo, ficando os pares à direita e ímpares, à esquerda. A definição do número da edificação será em função da distância linear do imóvel em relação à origem da contagem. Portanto, a numeração, apesar de crescente, não é sequencial nem por lote.

Experiência

Ataíde Júnior destaca que todos os imóveis possuem numeração e apenas a Prefeitura pode apontar o número exato. Além desses problemas, ele detalha que existem imóveis que possuem duas numerações diferentes em um mesmo lote. Há também ruas que mudam de nome, como é o caso da Avenida Mutirão e Castelo Branco, que alteram a sequência quando passam a ser outro bairro. “Por isso é importante que o proprietário busque a prefeitura para a identificação correta”, destaca ele.

Ricardo Mascarenhas é carteiro em Goiânia há 12 anos e, na mesma profissão, já trabalhou em São Paulo e Anápolis. Ele afirma que hoje não tem mais problemas para realizar as entregas, mas reconhece que enfrentou dificuldades no começo para encontrar os endereços. Ricardo comenta ainda que, em São Paulo, a numeração é sequencial e facilita o trabalho desses profissionais. “Mas hoje, com a experiência que já tenho, é mais fácil”, acrescenta ele, que trabalha na região central de Goiânia.