Foi publicado, no Diário Oficial de Justiça, desta quarta-feira (10), o decreto de aposentadoria voluntária do juiz Joseli Luiz Silva. Ele era titular da 3ª vara Cível de Goiânia e ficou conhecido dos advogados da região pelo tratamento que dispensava a partes e causídicos em seus despachos e decisões. Ele receberá proventos integrais.
Em 2014, por exemplo, o magistrado reclamou de uma parte que pediu assistência judiciária. Segundo ele, “para comprar carro de mais de R$ 22 mil, o autor teve dinheiro”. “Mas, para fazer frente a uma merrequinha de custas processuais, aí sim, é carente”.
Ao emitir despacho em outro processo, o julgador esclareceu : “desempregada” é estado, e não profissão ou meio de vida. “Vale lembrar que também os grandes empresários são, a rigor, desempregados”.
A Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO) também já repudiou o que chamou de teor preconceituoso, sexista e misógino presente em duas sentenças prolatadas pelo juiz Joseli quando este estava de plantão na comarca de Goiânia em março de 2018. Diante de dois pedidos de Medida Protetiva de Urgência, baseadas na Lei Maria da Penha, o magistrado afirmou que “enquanto a mulher não se respeitar, não se valorizar, ficará nesse remerrão sem fim – agride/reclama na polícia desprotegida” e que “simplesmente decidir que o agressor deve manter certa distância da vítima, e alguma outra ilegalidade a mais, é um nada”.
Confira a íntegra do decreto
