Para OAB-GO, nome da operação deflagrada hoje pela Polícia Civil é desrespeitoso à advocacia

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O  presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – seção Goiás (OAB-GO), Lúcio Flávio de Paiva, manifestou indignação com a conduta considerada por ele panfletária da Polícia Civil do Estado de Goiás na divulgação da Operação Patrocínio Infiel. Ela foi deflagrada na manhã de hoje (16) Delegacia Estadual de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO).

Foram mobilizados 155 policiais civis para o cumprimento de 72 mandados judiciais, sendo 39 de busca e apreensão e 33 de prisão. Oito mandados de buscas foram cumpridos em endereços vinculados a advogados suspeitos de integrar uma organização criminosa e, até o momento, duas advogadas foram presas durante na operação. Elas devem passar por audiência de custódia.

A OAB-GO informa que acompanha com muita atenção o desenrolar da operação desde sua deflagração na manhã de hoje, por meio de sua Comissão de Direitos e Prerrogativas, e aguarda o desfecho das investigações para aditar as providências cabíveis e necessárias que o caso requer.

Desrespeito

Para o presidente Lúcio Flávio, o nome da operação é agressivo e desrespeitoso de toda a advocacia goiana e brasileira, pois que não se dedica a separar o joio do trigo. “Trata-se de uma conduta completamente incompatível com a seriedade devida a uma operação policial”, frisou.

Para Lúcio Flávio, é certo que há maus advogados, assim como existem os maus policiais. São, porém, a exceção, não a regra, e a gloriosa Polícia Civil do Estado de Goiás lamentavelmente não se esforçou para fazer essa indispensável distinção.

“Faz saber a OAB-GO que esse tratamento dado à advocacia não poderia ficar sem resposta, já que é sabido da autoridade policial que a instituição jamais se furtou a colaborar com qualquer investigação envolvendo advogados e, mais que isso, nunca deixou de punir os que se desviam da boa conduta com os maiores rigores da lei, em proteção da classe e da sociedade”, pontou.

Ele também lembra que advocacia é essencial à democracia, ao Estado de Direito e à defesa do cidadão. E que qualquer tentativa de criminalizar a profissão é uma atentado à Constituição e à liberdade.