O Ministério Público denunciou, nesta segunda-feira (7), o padre Robson Robson de Oliveira e outras 17 pessoas por crimes como lavagem de dinheiro, apropriação indébita e organização criminosa. A peça acusatória (confira aqui) foi encaminhada para a Vara dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Organização Criminosa e de Lavagem ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores.
A denúncia é resultado das investigações feitas no âmbito da Operação Vendilhões deflagrada em agosto deste ano. O religioso era presidente da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe) e é investigado por supostamente utilizar o dinheiro doado por fiéis da igreja católica para outros fins que não a evangelização e a construção do novo Santuário do Divino Pai Eterno, em Trindade, na região Metropolitana de Goiânia. O religioso, no entanto, sempre negou todas as acusações.
A denúncia, assinada por sete promotores de Justiça do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), foi apresentada poucos dias depois de o presidente do Tribunal de Justiça de Goiás, desembargador Walter Carlos Lemes, ter dado, na sexta-feira passada (4), efeito suspensivo à decisão da 1ª Câmara Criminal do TJGO que, em 6 de outubro, determinou o trancamento das investigações contra o religioso até que o recurso do órgão ministerial contra o caso seja julgado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). O entendimento, na época, era que não haviam provas de irregularidades na direção da entidade.
No entanto, na peça acusatória apresentada hoje, o MP reitera que o dinheiro dos donativos foi usado para comprar bens como fazendas e casa na praia. Porém, deveria ser destinado para a construção da nova basílica, que ainda está em fase inicial de obras. Os promotores de Justiça afirmam que o padre comandava a suposta organização criminosa e transferia grandes valores para empresas, com o objetivo de utilizar o dinheiro das entidades como seu, sem prestar contas nem se submeter às regras associativas.
