MP deflagra operação para investigar grupo suspeito de falsificação e comercialização irregular de agrotóxicos

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e a Coordenadoria de Segurança Institucional e Inteligência (CSI) do Ministério Público em Goiás deflagraram, na manhã desta quinta-feira (7/4), a Operação Faixa Vermelha. As investigações têm como objetivo apurar a atuação de suposta organização criminosa especializada na comercialização irregular e falsificação de agrotóxicos, além de reiterada utilização de documentação falsa.

A Polícia Civil, por meio da Delegacia Estadual de Repressão a Furtos e Roubos de Carga (Decar), a Polícia Militar de Goiás, a Secretaria de Estado da Economia e a Polícia Técnico-Científica apoiam a operação.

Estão sendo cumpridos 6 mandados de prisão preventiva e 34 mandados de busca e apreensão nos municípios de Goiânia, Aparecida de Goiânia, Senador Canedo, Guapó, Novo Gama e Palmas (TO). Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara Estadual dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Organização Criminosa e Lavagem ou Ocultação de Bens Direitos e Valores.

De acordo com as investigações, o grupo possui diversas empresas que atuam em diferentes etapas da produção dos defensivos agrícolas, desde a aquisição de insumos, fabricação, armazenamento, transporte e posterior comercialização ilegal.

Há suspeitas de que o grupo comercialize produtos domissanitários para utilização na agricultura sem autorização legal, além de falsificar e comercializar agrotóxicos de diversas empresas, valendo-se de uso de documentação fiscal inidônea.

As condutas investigadas causam graves danos ao meio ambiente e à saúde pública, principalmente em razão dos riscos derivados de aplicação de produtos tóxicos em lavouras e alimentos sem o devido controle dos órgãos competentes.

Conforme apontam dados preliminares, somente uma das empresas do grupo investigado registrou, desde 2018, aproximadamente R$ 114 milhões em comercializações suspeitas de defensivos agrícolas.

Para cumprimento das ordens judiciais em Goiás, participam da operação 26 promotores de Justiça, 89 servidores, 3 delegados de polícia, 8 agentes, 88 policiais militares, 7 servidores da Secretaria de Economia e 4 peritos da Polícia Técnico-Científica. No Tocantins, a execução dos mandados contou com a cooperação do Ministério Público daquele Estado.