Justiça Federal recebe mais duas denúncias contra Carlinhos Cachoeira

A Justiça Federal recebeu e mandou processar duas novas denúncias contra o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira (foto). Nas duas peças acusatorias, ele é apontado como autor do crime de evasão de divisas, o que pode acarretar punição de dois a seis meses de reclusão e multa. Apesar de as duas denúncias tratarem do mesmo delito, foram separadas por envolverem agentes e circunstâncias diversas.

O Juiz Federal da 11ª Vara Federal Francisco Vieira Neto, em análise das denúncias do Ministério Público Federal (MPF), concluiu terem sido preenchidos todos os requisitos legais para as ações penais. Assim, ele determinou a citação de Cachoeira e de Geovani Pereira da Silva, suspeito de participação no crime. Foi determinada ainda a expedição de carta precatória para citação de Lenine Araújo de Souza, Gleyb Ferreira da Cruz e Wesley José Carneiro, também suspeitos do crime, mas não residentes em Goiânia. Todos os acusados terão dez dias para apresentarem suas defesas à Justiça.

Acusação

De acordo com uma das denúncias oferecidas pelo Ministério Público Federal, Cachoeira teria praticado o crime de evasão de divisas utilizando-se de um mecanismo conhecido como “dólar-cabo”, pelo qual os recursos são transferidos sem o conhecimento das autoridades brasileiras, sem o recolhimento de impostos ou taxas e, principalmente, ocultando a origem do dinheiro envolvido na transação. O “dólar-cabo” consiste em entregar moeda estrangeira no exterior em contrapartida a pagamento de reais no Brasil.

Gleyb Ferreira, que tinha contatos no exterior, e Geovani Pereira efetivavam depósitos em espécie ou transferências eletrônicas a partir de empresas ligadas a Carlinhos Cachoeira em favor de pessoas físicas ou jurídicas que tinham interesse em internalizar recursos dos Estados Unidos para o Brasil. Uma vez realizados os depósitos no Brasil, os contatos no exterior ordenavam os depósitos em moeda americana nas contas bancárias mantidas nos Estados Unidos por pessoas físicas ou empresas indicadas por Gleyb Ferreira.

Dessa forma, as operações de Cachoeira teriam contabilizado cerca de R$ 200 mil somente nos meses de janeiro, agosto e novembro de 2011 e fevereiro de 2012. As compensações de crédito no exterior deram-se a partir de depósitos e transferências de montante financeiro proveniente, em grande parte, das empresas ligadas à organização criminosa do empresário.