Júri popular condena homem que matou namorada depois de entregar flores a ela

Winaria Oliveira, de 30 anos, morta a tiros em Caldas Nova — Foto: Reprodução/Facebook
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Langston Kessler de Oliveira foi condenado, nessa quinta-feira (1º), a 22 anos de reclusão. Ele foi considerado culpado pelos crimes de homicídio duplamente qualificado ao matar sua namorada a tiros, Winária Oliveira Lima. A pena deverá ser cumprida em regime fechado, no presídio de Caldas Novas. A sessão de julgamento do Tribunal do Júri foi presidida pela Juíza Vaneska da Silva Baruki, da 1ª Vara Criminal (Crimes Dolosos Contra a Vida e Execução Penal) da comarca.

Na sessão do júri popular, o Ministério Público requereu a condenação do acusado sob o argumento dele ter utilizado recurso que dificultou a defesa da vítima (surpresa). Já a defesa sustentou a tese de fragilidade das provas e a existência de contradições sobre as questões que o acusado agiu sob o domínio de violenta emoção. Contudo, o conselho de sentença, por maioria de votos, decidiu pela condenação do acusado ao argumento de que o réu dificultou a defesa da vítima.

Ao votar o mérito, o Conselho de Sentença reconheceu a periculosidade social do acusado e sua insensibilidade em relação a vida humana. Além disso, considerou que o crime ocorreu no âmbito da violência doméstica, apresentando-se o réu pessoa extremamente desconfiada, ciumenta e possessiva, não sendo desarrazoado inferir que ele possa praticar outros crimes contra mulheres com que vá se relacionar. Com isso, a juíza atribuiu a pena em 22 anos, considerando o emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima, a qual foi atacada de surpresa, bem como o crime ter ocorrido no âmbito da violência doméstica e familiar.

Para a magistrada, a conduta do acusado se revestiu de especial gravidade, posto que ele teve tempo mais que suficiente para se preparar e, por outro lado, refletir e desistir de seu intento criminoso, porém não o fez. “O caso em julgamento teve bastante repercussão na cidade, em especial pela forma em que foi cometido, tendo o acusado entregado flores para a vítima e, instantes depois, efetuado diversos disparos contra ela, a queima-roupa”, enfatizou.

Caso

Consta dos autos que no dia do crime, Langston foi ao encontro da vítima armado com um revólver de calibre 38. Winária foi baleada momentos depois de encontrar o namorado em um ponto de ônibus. Segundo a peça acusatória, ele chegou a beijar, acariciar e entregar uma flor à vítima antes de cometer o crime. A flor, inclusive, estava na mão da mulher quando ela foi encontrada morta.