Juíza recebe segunda denúncia contra João de Deus por crimes sexuais

A juíza da comarca de Abadiânia, Rosângela Rodrigues Santos,  mais uma denúncia contra João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, por crimes sexuais.  Constam da peça acusatória 13 vítimas, sendo que, destas,  conforme o Ministério Público, cinco casos não prescreveram. Com o recebimento da denúncia hoje, o médium passa a ser réu em dois processos na comarca. O outro  envolve  crimes de estupro de vulnerável e violação sexual mediante fraude em um caso envolvendo quatro vítimas. Os crimes teriam sido cometidos durante tratamento espiritual na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, onde ele fazia atendimentos.

Os crimes imputados na denúncia recebida hoje a João de Deus foram os de estupro de vulnerável (4) e de violência sexual mediante fraude (1). As outras oito vítimas também de crimes sexuais, mas já prescritos, figuram como testemunhas, inclusive para reforçar a forma de agir do médium. Segundo apontado pelo órgão ministerial, esses crimes aconteceram entre 1990 e 2018, quando elas tinham entre 8 e 47 anos, na época dos fatos, e envolvem vítimas dos Estados de Goiás, Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo, Maranhão, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Distrito Federal. Das cinco denúncias por crimes não prescritos, quatro vítimas são de Goiás e uma de São Paulo.

Na denúncia, foi formulado também um novo pedido de prisão de João Teixeira de Faria. A medida, segundo defendem os promotores, visa preservar a incolumidade física e psicológica das vítimas, bem como preservá-las de quaisquer intimidações e represálias, inclusive físicas e espirituais, assim como eram submetidas quando da ocorrência das situações.

Prisão mantida

João de Deus está preso desde 16 de dezembro no Núcleo de Custódia de Aparecida de Goiânia. Foram centenas as vítimas que denunciaram ter sofrido abuso sexual. Na terça-feira (15), o juiz substituto em segundo grau Sival Guerra Pires também votou pela manutenção da prisão preventiva do médium João de Deus decretada no ano passado. O  magistrado havia feito pedido de vista do processo de habeas corpus na última sessão da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça. Na sessão desta terça-feira (15), ele deu voto no caso, seguindo o entendimento do relator, o desembargador Nicomedes Domingos Borges e dois outros colegas. A manutenção da prisão se deu por entendimento unânime da corte.