Juiz manda a júri popular homem que matou e ocultou cadáver de ex-namorada

O juiz Jesseir Coelho de Alcântara, da 3ª Vara dos Crimes Dolosos Contra a Vida e Tribunal do Júri, mandou a júri popular, nesta semana, Sebastião Carlos Lima da Silva, suspeito de matar a facadas a ex-namorada Eliene Alves da Silva. A data do julgamento ainda não foi marcada.

O crime aconteceu no dia 5 de junho deste ano, no Setor Chácaras Village Santa Rita, em Goiânia. O magistrado entendeu, ao acatar parecer do Ministério Público de Goiás, que a materialidade delitiva do crime de homicídio perpetrado em desfavor da vítima foi comprovada, tendo em vista o laudo de exame cadavérico e as provas juntadas ao inquérito policial.

O juiz Jesseir Coelho destacou que a decisão de pronúncia encerra simples juízo de admissibilidade da acusação, tendo em vista o que prevê o ordenamento jurídico. Ressaltou, ainda, que nos autos há indícios suficientes de que o acusado Sebastião Carlos pode ser o autor da morte da vítima Eliene, uma vez que, após cometer o crime, ocultou seu cadáver.

“Ainda restou indicado que o réu pode ter subtraído para si um aparelho de celular marca/modelo LG k61 e um cartão bancário de propriedade da vítima, e ter gastado o saldo que a vítima possuía em conta bancária, além de ter subtraído o saldo que a vítima possuía em conta bancária”, explicou o juiz.

O magistrado destacou que, quanto à qualificadora descrita no inciso VI, do artigo 121, do Código Penal, deve acompanhar, por hora, que o crime foi cometido contra a mulher, consistente em violência doméstica e familiar, já que restou indicado nos autos relação íntima de afeto entre o réu e a vítima. “Há indícios de que o acusado pegou uma faca na cozinha e, em ato contínuo, amordaçou a vítima, de modo a impedí-la de gritar por socorro, o que pode ter dificultado a defesa”, pontuou.

Denúncia

Segundo a peça acusatória, Sebastião Carlos e Eliene namoravam há cerca de três meses em meio a um relacionamento conturbado, marcado por ciúme doentio. No dia do crime, o denunciado aguardou a vítima em casa, e ela, ao retornar do salão de beleza, pediu para que ele fosse embora, já que não estariam a partir daquele momento mais em um relacionamento. Inconformado com o término da relação íntima de afeto, Sebastião foi até a cozinha, pegou uma faca, amordaçou a vítima, impedindo-a de gritar por socorro, e em seguida desferiu inúmeros golpes em Eliene, causando a morte dela.

Depois de matar a vítima, ele envolveu o corpo dela em lençóis, arrastou o cadáver pelos cômodos da casa e o dispensou numa cisterna que ficava no fundo do quintal, com objetivo de ocultá-lo. Ele aproveitou a oportunidade e roubou o telefone celular e um cartão bancário, tendo por finalidade fugir para o Rio de Janeiro.

A filha da vítima foi quem encontrou o corpo. Ela chegou na casa da mãe e percebeu que os gatos não saiam de perto da cisterna, momento em que localizou o cadáver da mãe. O réu foi preso no dia 8 de junho deste ano, quando trafegava pela rodovia federal no Estado de São Paulo. Ele passou por audiência de custódia, quando foi decretada sua prisão preventiva. Fonte: TJGO