Os livros de legislação que ocupam as estantes de escritórios de advocacia já estão mais para objetos de decoração do que para fonte de consulta. Não por desinteresse dos advogados; é questão de praticidade, com uso de inteligência artificial. As novas tecnologias inseridas no meio jurídico, que são tema de workshop nesta sexta-feira (26), no Hotel Blue Tree, em Goiânia, têm revolucionado o trabalho dos profissionais do direito e impactado nos processos que os goianos movem nos tribunais.
Agora, com poucos cliques, através de softwares jurídicos, advogados obtêm na tela do computador as respostas para dúvidas de clientes, podendo esclarecer rapidamente à população sobre o andamento das demandas que elas buscam sanar junto à Justiça. Essa automatização permite também a fundamentação mais exata para os recursos que advogados formulam no Judiciário e o acesso à bibliotecas virtuais onde são consultadas as jurisprudências, ou seja, o entendimento que tribunais Brasil afora adotam sobre determinado assunto.
Um dos especialistas escalados para falar sobre o assunto no evento é o pesquisador em tecnologia, administrador e CEO da Aviso Urgente, Caio Santos. Líder em transformação digital, um dos conceitos quando se fala, por exemplo, nos processos virtuais, que substituem os de papel, Caio comenta: “A informatização de tarefas como as de acompanhar o trâmite das demandas, só para citar, além de poupar tempo dos profissionais, colabora para tornar a Justiça célere e efetiva. É um meio bastante eficaz, também, de manter a sociedade pontualmente esclarecida. O que toda pessoa que procura a Justiça deseja é que o seu advogado de confiança a mantenha informada sobre os detalhes do processo”, diz o palestrante.
No debate sobre a adaptabilidade do direito às novas tecnologias, os profissionais do segmento discutirão ainda questões relacionadas à gestão de pessoas e à tecnologia cognitiva. Essa inovação permite com que um único robô, por meio da inteligência artificial, consulte 200 milhões de processos em questão de segundos.
Recursos artificiais como o robô-advogado podem contribuir, indiretamente, para acelerar o andamento dos cerca de 75 milhões de processos que tramitam hoje na Justiça brasileira. “Para os clientes, esse tipo de sistema ajuda muito, porque consegue levar a informação de imediato, encurtando um processo que, conforme o caso, era feito de um dia para o outro. Na gestão das intimações, por exemplo, o que demandava meio dia de trabalho, hoje pode ser concluído dentro de uma hora”, diz o advogado Rotieh Machado Carvalho.
