Ataque de hakers e fake news durante a pandemia preocupam especialistas

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A busca incessante por informações sobre o Covid-19 e a reclusão domiciliar das pessoas durante a quarentena, tem aumentado o número de ataques cibernéticos. De acordo com o índice de segurança cibernética da União Internacional de Telecomunicações (ITU) da Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil é o segundo país no mundo que mais tem sofrido perdas econômicas advindas de ataques cibernéticos. Os prejuízos ultrapassaram R$ 80 bilhões entre 2017 e 2018.

De acordo com a Cloudflare, empresa especializada em serviços para internet, eventos específicos podem ocasionar aumento no tráfego. Na Europa, onde a crise causada pela doença está mais acentuada, os Pontos de Intercâmbio têm apresentado alta no consumo de banda de 10% a 20% em países como Alemanha e Reino Unido. Na Itália esse número já chegou a 40%. Mais gente online também representa mais gente vulnerável às ações de criminosos cibernéticos.

De acordo com a Head de Proteção de Dados e LGPD do Gyntec Academy, a advogada da área de Proteção de Dados, Tecnologia e Inovação, especialista em Direito Digital pela Universidade da Califórnia (UC Berkeley), Mariana de Costa Mesquita Correa, uma das formas preferidas pelo hakers é o envio de links pelas redes sociais. “Geralmente eles clonam links de instituições e empresas renomadas e alteram ou acrescentam algum símbolo que passa despercebido por pessoas menos atentas. Eles, inclusive, copiam a página inicial dessa empresa e sem que a pessoa perceba, coleta todos os dados bancários”, ressalta.

Para evitar esse tipo de ataque, Mariana aconselha as pessoas a desconfiarem de tudo, mesmo que o conteúdo seja enviado por alguém da família. Os links, por exemplo, a especialista explica que geralmente se iniciam com http:// e finalizam com .com.br ou .com. “Se tiver algum caractere diferente, entre em sites de pesquisas e faça uma verificação sobre a informação. O mesmo vale para as fake news”, alerta.

A advogada especialista em Direito Digital pela Universidade da Califórnia (UC Berkeley), Mariana de Costa Mesquita Correa, dá algumas dicas para que seus dados e você fiquem seguros.

Confira:

Não anotar a senha do celular ou senhas de bancos e e-mails no próprio aparelho;
Utilizar a certificação em duas etapas;
Nunca deixar o celular e o computador destravados;
Alterar as senhas de e-mails e banco de tempos em tempos;
Não colocar e mesma senha para tudo;
Não utilizar datas de aniversários em senhas;
Não passar fotos íntimas pelo celular;
Não acessar aplicativos de bancos ou algum documento importante em redes abertas de internet;
Conferir os caracteres dos links antes de acessar;
Instalar antivírus pago também no celular.

Fake News

A advogada pede atenção também para outro cuidado que deve ser tomado ao receber e compartilhar materiais: a credibilidade das informações. Ela lembra da notícia que circulou recentemente nas redes sociais que um remédio para malária curava o coronavírus, fazendo com que as pessoas esgotassem o medicamento nas farmácias, impedindo que pacientes que estejam em tratamento da doença tenham acesso à medicação. “As pessoas esquecem que o vírus da desinformação também é muito grave. Dicas de remédios caseiros, áudios sendo atribuídos a médicos e sendo enviados sem qualquer critério”, frisa.

Recentemente o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta negou que tenha enviado áudio de WhatsApp sobre o suposto pico de contaminação por coronavírus na semana passada. Mandetta assegurou que não costuma enviar esse tipo de mensagem e para acreditarem somente nos vídeos de coletivas com a imagem dele. “É importante confirmar notícias em sites de confiança, como o do Ministério da Saúde, Organização Mundial da Saúde e veículos jornalísticos renomados”, diz.