Saldo de empregos fica negativo em Goiás

Goiás teve um saldo negativo de dois mil empregos no mês de outubro, a retração no número de empregos representou 0,16% em relação a setembro. O resultado é a diferença entre os contratados e demitidos, no mês calculado pelo Cadastro Geral de Empregados do Ministério do Trabalho (Caged/MTE). De acordo com o superintendente do Ministério do Trabalho em Goiás, Arquivaldo Bites Leão Leite essa queda no número de postos é normal no mês de outubro e nos últimos quatro anos foi acentuada. No total foram 3334 demissões e 1334 contratações. Os motivos para demissões foram o início das chuvas, o que prejudica o trabalho na construção civil; a entressafra das principais culturas plantadas no Estado e a demissão do pessoal que trabalha no corte de cana-de-açúcar.

Os municípios que mais demitiram foram Inhumas, que tem menos 1.067 pessoas empregadas, e Cristalina, com 1.098 demissões. Segundo o presidente do Sindicato Rural de Cristalina, Alécio Maróstica, outubro é a época da entressafra do alho, da cebola, da batata, tomate, cenoura e beterraba, que são as culturas que mais empregam na cidade. O que segundo ele não significa que estes trabalhadores ficaram desempregados. Logo depois da dispensa, há contratação para o plantio da soja. “Muitos desses trabalhadores são do Nordeste e preferem continuar recebendo três meses de seguro desemprego, e viajar de férias que emendar um serviço no outro. Quando for por volta de janeiro e fevereiro, eles voltam para Cristalina e também ao trabalho com carteira assinada. É um ciclo que não temos como controlar”, relata.

O presidente do Sindicato Rural de Inhumas, José Ruy Garcia, disse que todo ano as usinas contratam para cortar cana-de-açúcar durante a safra, e no mês de outubro ou novembro, demitem porque acaba o período de corte. “Não há nada de anormal nessas demissões”, diz. Mas os cortes nas indústrias de álcool e açúcar são contabilizados no setor da indústria de transformação e não na agropecuária. A indústria de transformação foi a que teve a maior redução no número de empregos em outubro, com cortes de 2.461 vagas. Segundo o economista da Federação das Indústrias de Goiás (Fieg), Claudio Henrique de Oliveira, o resultado é normal e até menor do que registrado em 2012, em que foram fechadas 2.542 vagas. “Neste período, a indústria goiana dá uma desaquecida”, explica.

Positivo
Os setores do comércio e serviços foram os únicos que tiveram resultados positivos significativos. Ambos resultaram em 1332 contratações em outubro. Os dois setores têm alcançado bons resultados desde o mês de agosto. Mesmo com as baixas, no acumulado do ano, o Estado registrou um saldo positivo de 88.950 contratações, fato que mantém Goiás na liderança, em termos relativos, na geração de empregos no País. Nos 12 meses foram gerados no Estado 61.166 postos de trabalho. De acordo com Arquibaldo Leite, a meta de fechar o ano com saldo positivo de 100 mil empregos em Goiás continua prevista.

Maior ganho de renda na construção civil

A taxa de desemprego ficou em 5,2% em outubro deste ano, segundo a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa é a menor taxa desde dezembro de 2012, que havia sido de 4,6%. O índice é também inferior ao registrado em outubro de 2012 (5,3%). Em setembro deste ano, a taxa havia sido de 5,4%. Os contingentes de pessoas empregadas (23,3 milhões de pessoas) e desempregadas (1,3 milhão) em outubro deste ano mantiveram-se praticamente estáveis em relação ao mês anterior e a outubro de 2012.

A média do rendimento real habitual do trabalhador brasileiro caiu 0,1% entre setembro e outubro deste ano. O rendimento passou de R$ 1.919,82 em setembro (valor corrigido pela inflação) para R$ 1.917,30 em outubro.
A construção civil registrou o maior ganho real de rendimento em outubro de 2013, com ganho médio de R$ 1706,20 – valor 4,6% superior ao mês anterior, R$ 1628,72.

Em Goiás, estão sendo construídas cerca de dez mil unidades habitacionais no momento, segundo dados Associação das Empresas do MErcado Imobiliário de Goiás (Ademi). “Na Innovar Construtora, aumentamos nosso quatro em cinco vezes neste ano e vamos aumentar o número 2014 para dar andamento às obras”, informa Roberta Santana, gerente de recursos humanos na empresa. Ela explica que o rendimento tem batido recordes porque a categoria trabalha com salário acrescido de bonificação por produção. “Quanto mais o colaborador produz, mais ele ganha”, explica. Fonte: Jornal O Hoje