O fraco desempenho das exportações

Pela primeira vez temos na China nosso principal mercado de exportações. É para lá que enviamos 19% de nossas exportações totais, e 75% de toda a soja produzida no Brasil. Em 2013 exportamos 41% a mais de soja para a China do que em 2012. Nosso recorde de vendas de soja para a China se deveu, em 2013, à elevação de nossa produção, mas também ao atraso na colheita norte-americana, nossos principais concorrentes em terceiros mercados. 

Nos Estados Unidos e na União Europeia perdemos terreno. Os Estados Unidos reduziram em 9,3% suas importações do Brasil; a Europa as reduziu em 3%, sendo que a redução total das importações destes parceiros foi de 0,5 e de 3,7%, respectivamente. Ou seja, se tivéssemos mantido nossa posição relativa com os Estados Unidos teríamos tido apenas uma pequena redução de nossas exportações para aquele país. 

Nossa relação com a Argentina, nosso principal parceiro comercial regional, foi marcada por um avanço apenas pontual: um aumento de 55,7% nas vendas de veículos. 

O resultado não é bom. Fluxos de comércio muito concentrados em termos setoriais e regionais expõem o país a sérios riscos. Que faremos com a soja, se não tivermos o mercado consumidor chinês? Que faremos com o excedente de produção automotiva sem as vendas para a Argentina? 

O sinal que o resultado da balança comercial de 2013 nos dá é claro: é preciso diversificar, tanto setorial quanto regionalmente. Não devemos permitir que um único país ou um único produto tenha um peso excessivamente grande em nossa balança comercial. Além disso, é tarefa do governo gerar as condições necessárias para que a indústria nacional conquiste mercados no exterior, de forma competitiva e consolidada, para que possamos reassumir o papel de destaque que já foi nosso em tempos passados.