Goiás tem 1 advogado para cada 150 habitantes, aponta levantamento do Conselho Federal da OAB

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O Estado de Goiás possui um advogado inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil para cada 150 habitantes. É o que mostra novo levantamento do Conselho Federal da OAB. Com uma população de 7.206.589 habitantes, o Goiás possui 47.934 advogados inscritos nos quadros da Ordem.

O levantamento, divulgado na semana passada pelo Rota Jurídica, mostra ainda que o Brasil é o país com a maior proporção de advogados por habitante do mundo. Ao todo cerca de 1,3 milhão de advogados exercem regularmente a profissão entre 212,7 milhões de pessoas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Proporcionalmente, há um advogado para 164 brasileiros residentes no país. E a média em Goiás mostra que no Estado o número de advogados supera a nacional.

Abertura de cursos excessiva

Para o Conselho Federal da OAB, uma das razões para o enorme número de advogados no Brasil é a abertura indiscriminada de cursos de direito pelo país. Se o número de inscritos na OAB é surpreendentemente grande, aquele referente aos estudantes de Direito é ainda maior. Existem, hoje, no país, cerca de 1,8 mil cursos jurídicos e, atualmente, segundo dados do próprio órgão, são mais de 700 mil alunos matriculados.

Luta antiga e histórica da OAB, a qualificação do ensino de direito no país poderia ter avanços maiores se não fosse a autorização desenfreada de cursos superiores na área jurídica pelo Ministério da Educação (MEC). A Ordem, por meio do Exame de Ordem Unificado (EOU), acaba funcionando como uma espécie de funil educacional, peneirando os alunos aptos a trabalhar na área. A maioria não consegue passar no exame, e a taxa de aprovação, desde que a prova foi unificada no país, não passa de 20% – uma exceção foi o 33° EOU, em 2021, quando a taxa foi de 31,4%.

O presidente nacional da OAB, Beto Simonetti, entende que o caminho ainda é longo. “Precisamos avançar muito na formação de futuros advogados. A OAB tem o compromisso de lutar e contribuir com a modernização do ensino jurídico brasileiro, sem abrir mão de sua qualidade, eficiência e superioridade técnico-científica”, afirma Simonetti.