Endividamento atinge 59,2% dos goianienses

As famílias goianienses nunca estiveram tão endividadas como em janeiro de 2014. A pesquisa mensal de endividamento e inadimplência do consumidor (PEIC), produzida pela Federação do Comércio do Estado de Goiás (Fecomércio) aponta que 59,2% das famílias possuem dívidas, o que representa 234.612 pessoas. Trata-se do maior percentual referente ao mês de janeiro, desde que a pesquisa começou a ser feita em 2010. Com este índice Goiânia se aproximou da média de endividamento das outras capitais brasileiras que é de 63%. Segundo o presidente da Fecomércio, José Evaristo dos Santos, esse alto volume de endividamento ocorreu em função das compras de Natal, de férias, os impostos do início do ano, material escolar e os juros das compras feitas com cartão de crédito. Por falar em cartão de crédito, este continua sendo o principal tipo de dívida do goianiense com 65,3% das respostas. Em segundo lugar estão os carnês com 42,1% e em terceiro o crédito consignado com 14,6%.

Do universo de mais de 234 mil pessoas entrevistadas, 25,3% estão com contas em atraso e 7,6% não terão condições de pagar, o que representam mais de 30 mil pessoas. Evaristo acrescenta que em 2012 o governo incentivou o crescimento da economia brasileira, já em 2013 houve arrocho, volta do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre itens como materiais de construção, linha branca, inflação alta dos juros e diante deste cenário os consumidores aproveitaram as promoções de fim de ano para comprar. Esses fatores refletiram no logo no primeiro mês deste ano. Porém ele afirma que o nível de comprometimento da renda familiar com as dívidas não é tão alto, segundo a pesquisa a parcela empenhada é de 32,6% e não representa uma situação tão alarmante, uma vez que o ideal seria o máximo de comprometimento de 30%. O tempo de médio de pagamento das dívidas é de 71 dias.

Consumo

A intenção de consumo no mês de janeiro recuou 4,5% em relação a dezembro de 2013. A justificativa para isso é o endividamento. Em relação a janeiro de 2013, a queda na intenção de consumo neste mês foi de 5,6%.

A perspectiva para 2014 é de crescimento moderado e a expectativa de crescimento de 5% nas vendas do comércio durante o ano. Segundo Evaristo a Copa pode trazer algum benefício sim para a economia goiana e brasileira, mas como este ano haverá eleições, não vai ocorrer nenhuma reforma essencial para o desenvolvimento do País, como a tributária, trabalhista , por exemplo. “O brasileiro quando pode, prefere comprar fora do País porque os preços estão mais baixos em virtude dos menores tributos. Mas neste semestre ainda teremos datas importantes que podem impulsionar o comércio como o Dia das Mães, Namorados e a Copa do Mundo. Precisamos ser otimistas”, resume.