Em sessão realizada nesta quarta-feira (4/9), o Tribunal do Júri de Goianira, acolhendo a acusação do Ministério Público de Goiás (MPGO), sentenciou Ramon Souza Pereira a 64 anos e 10 meses de prisão pelo assassinato de suas duas filhas, Mirielly Gomes Souza, de 8 anos, e Cecília Gomes Souza, de 4 anos. Ele também foi condenado por lesão corporal no contexto de violência doméstica contra sua esposa, Dayane Faria Gomes, mãe das crianças. Os crimes ocorreram em 22 de maio de 2023.
A acusação foi conduzida pelo promotor de Justiça Rodrigo Correa Batista, e o julgamento presidido pelo juiz Demétrio Mendes Ornelas Júnior, que determinou o cumprimento da pena em regime fechado. O magistrado negou ao réu o direito de recorrer em liberdade. Durante o julgamento, o Conselho de Sentença reconheceu quatro qualificadoras nos homicídios: motivo torpe, uso de recurso que dificultou a defesa das vítimas, crime cometido contra menores de 14 anos e violência doméstica (feminicídio).
De acordo com a denúncia apresentada pelo MPGO, assinada pelo promotor Paulo Rangel de Vieira, Ramon teria planejado o crime como forma de vingança contra a esposa, suspeitando que ela mantinha um relacionamento extraconjugal. O documento detalha que o réu agrediu sua esposa poucas horas antes de matar as filhas, após flagrá-la com outro homem no Residencial Fonte das Águas, em Goiânia.
Após a agressão, Ramon fugiu no carro da esposa e, tomado pela vingança, decidiu matar as filhas. Ele foi às escolas onde as meninas estudavam e as retirou com o intuito de consumar o crime.
Com as crianças no veículo, Ramon seguiu para uma estrada vicinal na zona rural de Santo Antônio de Goiás. Antes de executar os assassinatos, ele manteve contato telefônico com os pais de Dayane, que tentaram, sem sucesso, dissuadi-lo. Após esfaquear as filhas, o réu incendiou o carro com os corpos no interior e fugiu. Ele foi localizado e preso em flagrante pouco depois pelas autoridades policiais.