Responsável pelas investigações do atentado contra o advogado Walmir Oliveira da Cunha, de 37 anos, o titular da Delegacia de Investigações Criminais (Deic), Valdemir Pereira da Silva informa que está sendo feito um retrato falado do entregador que levou o pacote ao escritório de advocacia. Quando tentou abrir a encomenda, o produto explodiu. O profissional teve três dedos da mão decepados. A recepção do escritório também ficou parcialmente destruída.
Conforme o delegado, o retrato falado está sendo produzido com base em informações repassadas pelas recepcionistas do escritório. Ele, no entanto, não revelou se já existem suspeitos do atentado. As imagens das câmeras de segurança do local e dos estabelecimentos da região também estão sendo analisadas.
Silva entende que, caso o entregador não se apresente espontaneamente, ele pode ser considerado um participante do crime. “Estamos realizando diligências, ouvindo testemunhas e esperamos que esse motoboy se apresente em breve. Não acreditamos que ele tenha participação, já que chegou e entregou a mercadoria de cara limpa”, ressalta.
O advogado, que atua na área de Direito Empresarial e Agrário, passou na madrugada de ontem (16) por um cirurgia na tentativa de reconstrução da mão. Ele está internado no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo).
O caso
O atentando ocorreu pouco depois das 17 horas de sexta-feira (15), quando um motoqueiro entregou uma caixa de presente para a secretária do escritório de advocacia. O objeto era endereçado ao advogado Walmir Cunha. Ele teria ficado lisonjeado com o presente que ganhou e o abriu no próprio hall onde ficam as secretárias do escritório. Assim que ele abriu, retirou um lacre que estava na caixa, ouviu bipes e, imaginando que era uma bomba, correu na tentativa de jogar a caixa fora, quando houve a explosão.
OAB-GO
A seccional goiana da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-GO) está dando todo o apoio necessário ao advogado. O presidente da OAB-GO, Lúcio Flávio de Paiva, esteve no local do acidente, juntamente com o diretor-tesoureiro Roberto Serra, e o presidente da Comissão de Direitos e Prerrogativas, Érlon Fernandes, e designou a criação de uma comissão especial para acompanhar o inquérito.
A OAB-GO esclarece, ainda, que o presidente da Ordem entrou em contato com o vice-governador e secretário de Segurança Pública, José Eliton, que garantiu pronta, imediata e severa investigação sobre este caso.
Para Lúcio Flávio, este é um atentado inadmissível à advocacia. Segundo ele, a OAB-GO não aceitará esta violência descabida e reafirma que toda a advocacia irá se mobilizar contra este e qualquer tipo de violência. “A Ordem não se intimidará diante de quaisquer ameaças que sofrer”.
