Plenário da Câmara Federal aprova suspensão de Leréia por 90 dias

Foi aprovado nesta quarta feira (23/4), por 353 votos a 26, o parecer do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar que recomenda a suspensão, por 90 dias, do mandato do deputado federal por Goiás Carlos Alberto Leréia (PSDB). Ele foi condenado pelo conselho em setembro de 2013 por conta de seu suposto envolvimento com o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

O parecer do deputado Sérgio Brito (PSD-BA) foi acolhido após os conselheiros terem rejeitado outro parecer, do deputado Ronaldo Benedet (PMDB-SC), que recomendava a perda de mandato. A suspensão terá validade após a data da publicação no Diário da Câmara.

Durante o tempo de suspensão, Leréia não receberá salário, cota parlamentar ou verba de gabinete.  Todos os funcionários de seu gabinete perderão o cargo assim que a decisão for publicada.

Eram necessários 257 votos para que o deputado fosse suspenso. Caso o parecer fosse rejeitado, seria votado em seguida a a representação da Mesa Diretora que pede a perda do mandato do parlamentar.

Como a suspensão será por um tempo menor que 120 dias, nenhum suplente assumirá seu lugar.

“Grande amizade” com Cachoeira

Leréia responde por quebra de decoro parlamentar por supostamente estar envolvido com a organização comandada pelo empresário conhecido como Carlinhos Cachoeira. No dia 21 de agosto de 2013 o Conselho de Ética rejeitou a possibilidade da perda de mandato do deputado por 12 votos a 3.

No mesmo mês, Leréia admitiu nutrir “grande amizade” com Carlinhos Cachoeira, mas disse que não sabia de suas supostas atividades ilegais. O deputado afirmou ter utilizado um cartão de crédito do empresário para comprar “joguinhos eletrônicos” para seu tablet e ter tido ajuda financeira por ele em diversas ocasiões. Assumiu, inclusive, que ele e o empresário são os donos de uma aeronave avaliada em cerca de R$ 800 mil.