Pesquisa mostra que mais de 60% dos advogados corporativos atrasam projetos por exaustão

Os efeitos do home office na condição psicológica dos profissionais tem sido muito debatida nos últimos meses, pois a pandemia revelou o total engano daqueles que acreditavam que trabalhar em casa seria sinônimo de maior tranquilidade. Em uma pesquisa recente feita pelo Gartner junto a advogados corporativos, 54% deles se declararam exaustos em algum grau, sendo que entre os 20% que afirmaram estar nos níveis mais elevados deste sentimento, 61% apontaram como consequências o fato de frequentemente atrasarem ou eliminarem projetos nos quais estão envolvidos.

A consultoria explica que o trabalho, feito em julho, abordou 202 advogados de empresas usando como metodologia um inventário de burnout de Bergen que, na prática, se refere a um conjunto de perguntas comumente usadas para quantificar a exaustão. Segundo o diretor sênior de pesquisa na prática Gartner Legal & Compliance, James Crocker, os impactos negativos da exaustão dos advogados podem aumentar porque os profissionais que saem da empresa onde trabalham, ou aqueles que trabalham de forma ineficiente, acabam por aumentar a carga de trabalho de todo o departamento. “Os líderes jurídicos precisam de uma maneira de cortar a exaustão pela raiz”, comenta.

Uma das maneiras de fazer isso de forma mais rápida e eficiente é ampliar o uso da tecnologia, apostando na hiper automação dos processos. O advogado, professor e pesquisador de novas tecnologias, Bernardo de Azevedo, afirma que as ferramentas tecnológicas têm demonstrado um significativo potencial para otimizar as atividades no âmbito jurídico, aumentar a produtividade e obter mais e melhores resultados. “O uso dos chamados robôs para a realização de tarefas repetitivas, operacionais e cansativas, libera o profissional para as funções estratégicas e isso contribui para a redução da exaustão”, comenta.

Segundo o CEO da Kroonos, plataforma de compliance que realiza pesquisas utilizadas no ambiente jurídico, além de economizar tempo e reduzir custos, os algoritmos da startup ampliam a eficiência do advogado e liberam tempo para que ele possa desenvolver atividades prazerosas. “Encontramos rapidamente os dados que os profissionais de direito escolhem ter em mãos no momento que precisam. Desta forma, com menos esforços e investindo uma quantidade menor de recursos, eles têm a oportunidade de obter maior quantidade de resultados positivos nos projetos”, afirma.

A startup realiza pesquisas em mais de 3.500 fontes para conferir a idoneidade de pessoas e empresas. Baseada em tecnologias de ponta para mineração de dados e crawling, a solução consegue pesquisar em minutos junto à Receita Federal, Tribunais de Justiça, Diários Oficiais, Listas Restritivas, Birôs de Crédito, Google, Dados Cadastrais, sites da ONU, OFAC, INTERPOL e outras, apontando com precisão o envolvimento de pessoas e empresas em casos de fraudes, corrupção, lavagem de dinheiro, terrorismo, crimes ambientais ou emprego de mão de obra escrava e infantil, entre outros problemas.

Segundo o estudo The Future of Legal, do Gartner, os líderes jurídicos terão que conduzir seis mudanças básicas em seus modelos de operação para avançar na construção de um ambiente mais saudável para seus profissionais.

São elas:

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