O Grupo de Atuação Especial em Grandes Eventos do Futebol (GFUT) do MPGO está acionando a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), a Federação Goiana de Futebol (FGF), o Goiás Esporte Clube, o Vila Nova Futebol Clube e a Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop) visando à adoção de medidas que garantam segurança aos torcedores em jogos realizados no Estado Serra Dourada (clique aqui ), requerendo que, até sua implementação, as partidas sejam realizadas apenas com torcida única.
A ação, assinada pelos promotores de Justiça Márísia Sobral Massieux, Sandro Henrique Halfeld e Diego Osório Cordeiro, requer liminarmente que seja determinado às entidades organizadoras – CBF e FGF – que permitam a realização de partidas entre Vila Nova e Goiás apenas com torcida única, até que sejam implementadas medidas eficientes e eficazes de segurança, tais como a implantação de catraca biométrica para identificação dos torcedores e local específico, isolado e controlado para as torcidas organizadas, a serem executadas pela Agetop, sob pena de multa de R$ 1 milhão por jogo realizado irregularmente.
Também de forma cautelar, o GFUT requer que os dois clubes, quando tiverem o mando de jogo, não vendam ingressos para a torcida visitante, até a implementação dessas medidas de segurança, sob pena de multa de R$ 500 mil, por jogo realizado em descumprimento da liminar.
Histórico recente
O GFUT, em junho deste ano, foi oficiado pela Associação Nacional das Torcidas Organizadas do Brasil (Anatorg) solicitando a realização de um plano de segurança das torcidas organizadas para o Goiás e Vila, uma vez que seria realizada uma partida no dia 24 daquele mês e o estacionamento estraria fechado para preparação do evento Villa Mix e torcedores dos dois times partilhariam uma das alas para a entrada, sendo ela com capacidade reduzida para atender à demanda e sem separação alguma, o que colocou em estado de alerta sobre o jogo a associação e o próprio Batalhão da Polícia Militar de Eventos. Foi motivo de preocupação também de representantes das organizadas.
Assim, os promotores recomendaram à CBF, organizadora da competição, e ao Goiás Esporte Clube, detentor do jogo, a realização com torcida única ou alteração do local do jogo. Ignorada a orientação, o infortúnio se concretizou, uma vez que imagens de câmeras de segurança mostraram o palco de briga e confusão generalizada, inclusive com a suposta prática de tentativa de homicídio contra torcedor do Goiás com chutes e pontapés na cabeça logo após o encerramento do jogo.
O GFUT, então, requisitou a instauração de inquérito policial para apuração dos crimes e remeteu à Procuradoria-Geral do Superior Tribunal de Justiça Desportiva cópia do procedimento administrativa e mídias com as imagens de violência, solicitando a aplicação de punição exemplar aos clubes envolvidos. Os promotores ressaltam que em processo instaurado na Comissão Disciplinar desse órgão, em decisão liminar, interditou o Serra Dourada. Posteriormente, a decisão final condenou o Goiás Esporte Clube à perda de cinco mandos de campo com portões fechados e multa de R$ 40 mil e o Vila Nova Futebol Clube à perda de quatro mandos de campo com portões fechados e multa de R$ 30 mil.
Os promotores ressaltam que a rivalidade histórica entre as equipes, que soma inúmeros episódios de confronto ao longo dos anos, e as péssimas condições de conservação e segurança do Estádio Serra Dourada, motivam a propositura da ação visando garantir a segurança dos torcedores. Fonte: MP-GO
