Wanessa Rodrigues
Em sentença proferida em versos, o juiz Liciomar Fernandes da Silva, da 2ª Vara Cível, Fazendas Públicas, Registros Públicos e Ambiental de Trindade, autorizou a exumação e traslado dos restos mortais de sete missionários redentoristas para a Capela Mortuária situada na Igreja Santíssimo Redentor (Igreja do Padre Pelágio). O corpos dos religiosos foram sepultados no cemitério Municipal de Trindade.
O pedido foi feito pela Congregação do Santíssimo Redentor de Goiás. Ao explicar a solicitação, o magistrado disse que “uma só coisa a requerente vem objetivar que é a exumação dos cadáveres e a transferência dos restos mortais dos padres para uma capela mortuária e singular, que nesta cidade uma história se fez contar e no coração de cada religioso uma fé se fez manifestar”.
Salientou, ainda, que “de todos os documentos que no processo se fez constar, não me restam dúvidas de que a Capela do Padre Pelágio, é um recanto capaz de todos os restos mortais dos padres Redentoristas se agasalhar”.
Ao analisar o pedido e a lei sobre o tema, o magistrado salientou que norma estadual determina que os corpos só podem ser exumados após três anos da morte. A informação é de que, embora no município de Trindade não existe lei específica, o prazo, por costume da cidade, é de quatro anos. Sendo que os corpos dos religiosos em questão foram enterrados há mais de cinco anos.

“Mas de tudo posso observar de que todos os restos mortais de que a requerente pretende transmutar já estão sepultados há mais de cinco anos no mesmo lugar”. Assim, diante do prazo já decorrido, não vejo óbice de abertura das sepulturas e exumação dos despojos mortais, com consequente traslado para outro local que não se resta mais a definir, apenas concluir”, completou.
O magistrado salientou ainda que o direito à sepultura e o respeito ao cadáver são direitos inerentes à personalidade, tanto da pessoa falecida, quanto de seus herdeiros. Motivo pelo qual deve o Estado tutelar. Disse que, em que pese, os restos mortais serem para muitos, apenas, restos mortais, para outros tantos é uma lembrança viva que está sempre a acalentar o coração dos vivos mortais.
Esclareceu, ainda, que, no presente caso, não resta dúvida de que os padres redentoristas, cujos seus corpos são por demais parte da história e da alma religiosa que permeiam as ruas, os guetos, becos e a memória dos visitantes, bem como dos moradores da cidade de Trindade. “Agasalhar tais corpos em um só local é nada mais do que realçar o valor de um sentimento santo e imortal para aqueles que sabem crer e a vida celebrar”, completou.