Com expectativa de durar três dias, começa hoje julgamento de acusados da morte de dois advogados

Marília Costa e Silva

Com expectativa de durar cerca de três dias, terá início nesta terça-feira (30), a partir das 8h30, o julgamento dos acusados de envolvimento na morte de dois advogado dentro do próprio escritório, no Setor Aeroporto. Marcus Aprígio Chaves, de 41 anos, e Frank Alessandro Carvalhaes de Assis, de 47, foram assassinados em 28 de outubro de 2020, no Setor Aeroporto, em Goiânia.

O julgamento do fazendeiro Nei Castelli, Hélica Ribeiro Gomes e Cosme Lompa Tavares será realizado no auditório do Fórum Cível de Goiânia. E presidido pelo juiz Eduardo Pio Mascarenhas da Silva, da 1ª Vara Criminal dos crimes dolosos contra a vida e Tribunal do Júri de Goiânia. O magistrado autorizou a transmissão do julgamento pelo canal do Tribunal de Justiça de Goiás no Youtube.

Os promotores de Justiça Geibson Cândido Martins Rezende e Spiridon Nicofotis Anyfantis serão os responsáveis pela acusação. Atuarão como advogados das famílias das vítimas os advogados Luiz Alexandre Rassi, Tadeu Bastos e Carlos Roberto de Freitas. Dezessete pessoas estão elencadas como testemunhas da acusação e da defesa.

O crime

De acordo com a denúncia oferecida pelo Ministério Público, o fazendeiro teria ordenado o assassinato depois de perder uma ação que o obrigava a pagar às vítimas, a título de honorários sucumbenciais, o valor de R$ 4,6 milhões. Inconformado, ele entrou em contato com Lompa na tentativa de encontrar alguém para o homicídio. Lompa, então, teria escolhido Pedro Henrique Martins Soares, já condenado pelo caso, conhecido pela prática de diversos crimes no Tocantins, e teria acertado com ele a execução.

Além disso, conforme apontado pelo MP-GO, prestou-lhe apoio antes e após o cometimento dos assassinatos, transportando os executores e garantindo que se hospedassem em Goiânia, uma vez que eles são do Estado do Tocantins.

Já Hélida teria negociado a recompensa pelo crime e, mais tarde, Pedro Henrique teria acertado com Jaberson Gomes (falecido na época do crime em confronto com a polícia do Tocantins), para lhe ajudar no assassinato.

Castelli, segundo a peça acusatória, teria oferecido R$ 100 mil aos dois, caso saíssem impunes, e R$ 500 mil, se fossem presos em decorrência da empreitada.

Processo nº 5612023-58.2020.8.09.0051