Previsto para o próximo dia 17 de maio, às 13 horas, no auditório Freitas Nobre, da Câmara dos Deputados, o Lançamento da Frente Parlamentar Mista de Apoio ao Fortalecimento das Defensorias Públicas dos Estados e da União marcará o Dia Nacional desta instituição, celebrado no próximo dia 19. O evento também lança luz aos desafios enfrentados nos últimos anos para garantir aos cidadãos uma assistência jurídica gratuita e de qualidade.
A deputada Antônia Lucia (Republicanos-AC), que entrou com o requerimento para a criação e hoje preside a Frente, defende a importância da instituição. “Quando conheci o trabalho da Defensoria Pública, entendi de imediato a relevância dela para a garantia de direitos e para a justiça em favor de quem não tem como ter um advogado”, frisa.
Segundo a parlamentar, a Defensoria não é uma instituição qualquer, é a porta que está sempre aberta para que os mais carentes peçam auxílio e atendimento jurídico, quando todas as outras portas se fecharam para eles. “É por isso que a Frente de apoio é importante. É preciso cumprir a Constituição e universalizar o acesso à justiça”, declara.
Acelerar pautas
A iniciativa tem como objetivo executar ações que acelerem as pautas das Defensorias no debate público e tem o apoio da Associação Nacional dos Defensores e Defensoras Públicas Federais (Anadef), que nos últimos meses se mobiliza para assegurar a atuação da Defensoria Pública da União (DPU) aos mais de 80 milhões de brasileiros – potenciais usuários dos serviços da instituição.
Movimentação que se intensificou ainda mais nas últimas semanas quando o projeto do novo arcabouço fiscal foi apresentado ao senado, sem excepcionar a DPU para fins de cumprimento da Emenda Constitucional (EC) 80/2014. “Uma decisão frustrante, que mantém interiorização da DPU sob as amarras impostas pelo teto de gastos”, observou o presidente da Anadef, Eduardo Kassuga.
Para além da frustração, Kassuga destaca ainda preocupação ante a possibilidade de o documento não ser revisto em caráter imediato. “A nossa realidade deixa evidente que é impossível cumprir a EC 80/2014. Ela obriga o Estado brasileiro a implementar a Defensoria Pública em todo país, mas o orçamento da DPU permite uma atuação somente em 28,7% do país. Do outro lado, a população em situação de vulnerabilidade clama pela assistência”.
Ainda de acordo com o presidente, desde que o projeto foi compartilhado com parlamentares, a Anadef tem buscado diálogos para contrapor o documento, mostrando que uma estrutura adequada é urgente para que a DPU garanta à sociedade a assistência prevista na Constituição.
“Entendemos que excepcionando a DPU da âncora fiscal não haverá prejuízos ao orçamento federal. Atualmente, o valor destinado à Defensoria é de apenas R$ 677 milhões por ano, cifra quase 24 vezes menor que o da Justiça Federal, 12 vezes menor que a do Ministério Público da União e seis vezes menor que o valor da Advocacia-Geral da União. Ou seja, se o orçamento da DPU fosse duplicado ou até mesmo triplicado, não haveria impacto significativo para os cofres públicos e a expansão da DPU confere inúmeros benefícios à população, pois garante a eficiência das políticas públicas em prol dos mais necessitados”, observa.