Minha luta é para que ninguém sofra a injustiça que sofri

Pedro Paulo de Medeiros

Já dizia Sobral Pinto: “A advocacia não é profissão para covardes”. E, atuando há 20 anos como advogado militante, afirmo: não é mesmo. Cabe à advocacia lutar contra a injustiça. Em 2007, senti na pele o que é ser injustiçado. Na época, já embrenhado na política classista, assumi interinamente a Comissão de Exame da Ordem, da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção de Goiás (OAB-GO) e, no exercício dessa função, percebi que funcionária da instituição valia-se de seu cargo para propiciar um esquema de venda de carteiras profissionais. Levei isso ao conhecimento da Presidência, que então redigiu comigo um ofício denunciando o caso à Polícia Federal. Para minha surpresa, durante a investigação a PF decidiu prender todos os membros da comissão e nisso acabei conduzido também; logo eu, que havia sido o denunciante da fraude.

Foram dias de angústia, que passaram graças ao Ministério Público Federal que, ao constatar o equívoco, pediu e obteve na Justiça a exclusão de meu nome de todo e qualquer processo ou investigação. Nunca fui investigado, denunciado, processado ou condenado, mas isso marcou profundamente minha vida. Naqueles dias, fiz um compromisso comigo mesmo de trabalhar arduamente para que nunca mais um advogado ou advogada – sobretudo no exercício de suas funções – passasse pelo que passei. Aliás, ninguém deveria passar pelo que passei.

Não por acaso, fui eleito Conselheiro Federal, Procurador Nacional das Prerrogativas da Advocacia e representante da OAB no Conselho Nacional do Ministério Público, o que me possibilitou trabalhar em inúmeros casos de desrespeito à nossa profissão em todo o País e, ainda, a redigir a minuta do Projeto de Lei PLS 141/2015, que hoje tramita no Congresso Nacional e que criminaliza a violação de direitos e prerrogativas da advocacia e o exercício ilegal da profissão.

Também não é por acaso que hoje sou candidato à Presidência da OAB-GO: é preciso, com urgência, resgatar a autoestima de nossos colegas, o respeito que merecemos. Afinal, somos membros da maior e mais influente instituição da sociedade civil organizada, reconhecida pela Constituição Federal como essencial à administração da Justiça. É preciso uma nova mudança, para melhor.

Nós, da Chapa 5, Nova OAB, queremos trabalhar por isso e, para tanto, fizemos questão de pluralidade e inclusão. Temos 43% de mulheres nos cargos de direção e 40% da chapa é de representantes de subseções. Além disso, 75% de nossos membros nunca ocuparam qualquer cargo na OAB-GO. Deles esperamos frescor, ideias novas, novos conceitos de gestão. E muita energia. De vocês, advogadas e advogados de Goiás, esperamos um voto de confiança, para que possamos realizar o sonho de ver engrandecidas e respeitadas nossa profissão e nossa instituição.

*Pedro Paulo de Medeiros é advogado e candidato à Presidência da OAB-GO