O Ministério Público de Goiás (MPGO) requisitou à Polícia Civil de Goianésia a instalação de um inquérito para apurar a ocorrência de possível crime de maus-tratos contra dois cães que foram adotados em associação de proteção aos animais. A suspeita é que os atos criminosos tenham sido praticados pelos próprios tutores.
Apesar de terem cumprido todas as formalidades necessárias perante a associação para a adoção responsável dos cachorros, que ficaram sob a tutela deles por mais de dois meses, sob o pretexto de que iriam se mudar da cidade, os suspeitos devolveram os cãezinhos ao abrigo, mas em situação precária.
Fotos e vídeos fornecidos pelo médico veterinário que os atendeu após a devolução mostram os bichos famintos e doentes. Um deles, em estado mais grave, apresentava uma forte anemia, sinal claro de ter ficado vários dias sem alimentação. Mesmo tendo recebido tratamento na clínica veterinária, o animal acabou não resistindo e morreu, no dia 16 de dezembro.
Diante de todos os indícios de maus-tratos a que os dois cachorros foram submetidos, a promotora Maria Cristina Peres, com base na Constituição Federal, que diz em seu artigo 225 que “todas as formas de vida merecem proteção”, requisitou à delegacia do município a instalação do inquérito em desfavor dos adotantes para apurar a possível prática de crime ambiental previsto no artigo 32, parágrafos 1º-A e 2º, da Lei 9605/98.
Ela ressaltou no pedido que os supostos autores do crime de maus-tratos não residem mais no endereço indicado por eles no Termo de Adoção Responsável e Guarda Animal, em posse associação. Na ocasião da assinatura, um deles havia se identificado como guarda florestal. Com informações do MP-GO