Sebastião Luiz Fleury, juiz substituto em 2º Grau, deu prazo de 15 dias ao Município de Goiânia e à Agência de Turismo, Eventos e Lazer de Goiânia (Agetul) para que providencie a remoção do Urso Robinho, atualmente no Zoológico da capital, para o Santuário Rancho dos Gnomos, localizado na região serrana de Joanópolis/SP. A medida atende pedido do Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, em recurso contra sentença da juíza da 3ª Vara da Fazenda Pública Municipal e Registros Públicos de Goiânia, Jussara Cristina Oliveira Louza, que havia indeferido a transferência.
Além da ONG, a Comissão de Proteção aos Animais da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO) quer garantir o cumprimento da decisão e evitar que o município e a Agetul possam recorrer da sentença. Para isso, está fazendo apelo nas redes sociais para que o animal seja mesmo transferido para o santuário, onde deverá ser alojado em recinto individual de dois mil metros quadrados, com piscina de água corrente, árvores, caverna artificial e sem visitação pública, com a possibilidade de convivência com outros dois ursos resgatados que já residem no local.
Procurado, o presidente da Agetul, o advogado Urias Garcia de Oliveira Júnior, garante que vai recorrer da sentença. Ele afirma que teve acesso às alegações da decisão judicial, e contestou alguns tópicos. Um deles diz respeito à ambientação do urso e casos de maus-tratos. “Robinho é filho da Lucy, uma ursa que viveu até os 42 anos no Zoológico de Goiânia, quando a estimativa de vida do urso pardo é de 35 anos”, relatou. “Isso mais do que prova que não há maus tratos”.
Um ano de espera
A OGN travou uma batalha na Justiça durante um ano para conseguir a libertação de Robinho, que vive há 16 anos em cativeiro. Luiz Fleury destacou que “o Urso Robinho nasceu em cativeiro, estando no Zoológico desde o seu nascimento, todavia, isso não desconfigura a sua condição de animal, cujo ambiente natural encontra-se nos países da América do Norte e da Europa, com clima mais ameno. Outrossim, é cediço para aqueles que vivem em Goiânia que o clima é sempre de muito calor, durante quase todo ano, além de seco, como nesta época, com elevadas temperaturas, a partir do mês de agosto e calor extenuante.”
O magistrado concluiu que no zoológico, o animal está submetido à ambiente diversamente oposto ao seu habitat natural” e determinou a imediata transferência do urso para o seu novo lar. O animal perdeu a mãe, a ursa Lucy, no início do mês de outubro do ano passado com convulsões. Ela chegou em Goiânia nos anos 80 e teve seu filhote no zoológico da capital.