Mais 132 mil negócios são formalizados em Goiás

O Brasil alcançou em novembro um total de 3,5 milhões de Microempreendedores Individuais (MEI) – aqueles com faturamento de até R$ 60 mil por ano –, figura jurídica criada no País em julho de 2009. Em Goiás, o até o dia 1º de novembro, 132.034 microempreendores se tornaram formais; em Goiânia, foram 36.061 e, em Aparecida, 10.767.

Segundo a pesquisa Perfil do Microempreendedor Individual 2013, que o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) acaba de concluir, três em cada dez empreendedores vieram do mercado informal, pois mantinham algum tipo de negócio sem o devido registro, a grande maioria com mais de cinco anos na ilegalidade. Outro dado verificado no levantamento mostra que aproximadamente 50% dos empreendedores que mantinham um negócio de maneira informal estavam nessa condição há mais de dez anos.

De acordo com a consultora do Sebrae em Goiás, Valéria Devellard, o perfil do empreendedor goiano é bem semelhante ao apresentado pela pesquisa em âmbito nacional e as condições facilitadoras para o MEI fizeram com que muitos saíssem da informalidade. Ela explica que, em cinco anos, a pesquisa deve mostrar outra realidade. “Com a entrada de mais jovens no mundo dos negócios, querendo trabalhar por conta própria e buscando a independência, o número de formais deve aumentar cada vez mais”, acrescenta.

A pesquisa também mostrou que 84% dos entrevistados avaliaram a situação do negócio dentro de uma perspectiva de crescimento, ao afirmar que pretendem faturar acima de R$ 60 mil no próximo ano, ultrapassando o teto estabelecido para a categoria MEI.

Para 68% dos MEI, houve aumento nas vendas depois da obtenção de seu Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) e para 78% dos entrevistados ficou mais fácil e melhor comprar de fornecedores por possuírem o CNPJ.

Atração

Segundo a especialista, os motivos que levam os empreendedores a buscar a formalidade são vários. Dentre eles, a maior segurança, uma vez que possuem amparo financeiro por causa da previdência, o tributo único e de baixo valor que não onera o empresário, há linhas de crédito específicas e estão cadas vez mais facilitadas.

Sonho

Depois de quatro anos alimentando o sonho de abrir o próprio negócio, a microempreendedora Caroline Barcelos inaugurou em setembro a loja e escola de arte, a Artesanarte, no Centro de Goiânia. Administradora por formação, ela conta que já tinha experiência na área administrativa e contábil, por isso decidiu se preparar antes de abrir o próprio negócio, ao contrário de muitos que começam na informalidade.

Barcelos explica que tinha afinidade com o artesanato, mas precisava ter certeza se o negócio era aquele mesmo que iria abrir. Por isso, participou do Programa Próprio do Sebrae para tomar a decisão.

Depois de fazer o plano de negócio começou a procurar pontos na cidade para abrir a loja, optou pelo Centro da cidade por ser um lugar de grande visibilidade, conseguiu uma linha de crédito e entrou em contato com os fornecedores. “Conseguir o crédito não foi o mais difícil, o que está sendo complicado até hoje é fazer as compras, pois os fornecedores ficam ressabiados com o CNPJ”, explica.