Justiça condena pai que estuprou filha de seis anos

Um pai que estuprou sua filha quando ela tinha seis anos de idade foi condenado a 8 anos de reclusão, pena a ser cumprida em regime semiaberto. Contudo, o condenado foi colocado em liberdade devido o seu estado de saúde. A sentença foi prolatada pelo juiz Éverton Pereira Santos.

O magistrado ressaltou que o acusado respondeu ao processo preso, entretanto, “apresenta grave estado de saúde, demandando constantes ações da autoridade policial para encaminhamento a tratamento médico”. Ele está com uma hernia inguinal no saco escrotal e que requer intervenção cirúrgica. Éverton Pereira ponderou, ainda, que apesar de o acusado está debilitado, terá de cumprir as obrigações legais.

Segundo a denúncia, oferecida pelo Ministério Público de Goiás (MP), o estupro aconteceu no início de 2006, em horário ignorado, na fazenda em que a família morava, no Município de São Domingos. Aproveitando a ausência de sua mulher que deixou com ele as duas filhas menores, o acusado ordenou que a menina de cinco anos permanecesse brincando no quintal e, em seguida, levou a filha mais velha para o quarto dizendo que ia brincar de cavalinho.

Em depoimento ao juiz, a vítima, hoje com 16 anos de idade, contou que quando eles chegaram ao quarto do casal, o pai ficou despido da cintura pra baixo e lhe tirou a saia e calcinha e mandou que ela deitasse na cama feita de taboca. Começou acariciar sua cabeça e consumou o estupro. Segurando o choro, ela disse que após o abuso sofrido, seu pai mandou que vestisse a roupa e que “não contasse nada pra ninguém senão iria me matar”.

Cerca de uma hora depois, sua mãe retornou para casa como os outros irmãos e percebeu que a cama de casal estava suja de sangue. “Ela me pegou pelo braço e me bateu muito. Disse que eu estava com safadeza e colocou pimenta na minha vagina”, afirmou a vítima, que continuou morando com a família por mais um ano, quando foi expulsa de casa por sua mãe, por ciúmes. Muito segura das lembranças do fato, detalhou que ela sempre a tratava com indiferença e, por excesso de ciúme, escolhia as roupas que deveria usar para não provocar o seu pai.

Ao sair de casa aos sete anos de idade, a vítima foi morar com uma tia em Brasília. Tempos depois, foi para a cidade de Divinópolis, tendo trabalhado em casas de família para o seu sustento. Contou também que passou uma temporada com uma irmã, em Goiânia, e que somente em 2015 retornou para São Domingos, para morar com os pais. Novamente, teve que sair de casa pela difícil convivência com a mãe.

Casada desde o início deste ano com um jovem, também de 16 anos, a vítima afirmou ao juiz que hoje é feliz e que não sente raiva e mágoa do pai pelo que ele fez. Quanto à mãe, chorando muito, falou que não consegue perdoá-la por não ter tido o seu apoio e, sim a sua ira, seu ciúme e o seu desprezo.

O juiz do caso ponderou que audiências em crimes dessa natureza são sempre movidas por muita emoção, especialmente da vítima e familiares, que acabam chorando ao relembrarem os fatos. Segundo o magistrado, “é impossível se manter imune aos relatos e emoções afloradas no momento dos depoimentos, especialmente de vítimas jovens que, mesmo após muitos anos conseguem repetir a mesma versão apresentada ao conselho tutelar e delegacias, onde sempre acabam chorando”. Fonte: TJGO