O desembargador Eugênio Cesário assumiu, em solenidade nesta sexta-feira (7), a presidência do Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região (TRT-GO), sucedendo o desembargador Geraldo Nascimento. Segundo ele, sua gestão será voltada à modernização, transparência e ampliação do acesso à Justiça do Trabalho.
Em entrevista, o magistrado destacou suas principais metas e estratégias para os próximos anos, priorizando o uso da tecnologia e a valorização de magistrados e servidores. Além dele, foi empossada a desembargadora Iara Rios, que assumiu a vice-presidência e corregedoria regional. Os dois desembargadores vão administrar o TRT-GO no biênio 2025/2027.
Entre os principais desafios para sua gestão, Eugênio Cesário citou o crescimento da demanda processual e a necessidade de garantir celeridade nas decisões judiciais. Segundo ele, sua experiência como corregedor-regional permitiu reduzir o tempo médio para julgamento de processos, alcançando menos de 120 dias na maioria das Varas do Trabalho. “Nosso compromisso é manter essa eficiência e buscar soluções para melhorar ainda mais o atendimento à população”, afirmou.
Chat-JT
A nova gestão pretende fortalecer a mediação e conciliação por meio dos Centros Judiciários de Métodos Consensuais de Solução de Disputas (Cejuscs), além de investir no uso de inteligência artificial para otimizar processos. O desembargador citou a adesão do TRT-GO ao “Chat-JT”, ferramenta lançada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) para facilitar pesquisas e a elaboração de documentos.
Outro eixo estratégico será a ampliação da diversidade e inclusão no Judiciário. O presidente eleito ressaltou que o Tribunal já possui subcomitês voltados para equidade racial, de gênero e acessibilidade, além da recente Resolução Administrativa nº 117/2024, que estabelece critérios de paridade na convocação de juízes auxiliares. “Vamos fortalecer políticas que incentivem mais mulheres e negros a ocuparem cargos de liderança, garantindo representatividade no TRT-GO”, afirmou.
Sobre a constante discussão acerca da extinção ou fusão da Justiça do Trabalho com a Justiça Federal, Eugênio Cesário defendeu a importância do Direito do Trabalho como instrumento essencial de equilíbrio social. “A Justiça do Trabalho não é apenas um espaço de resolução de conflitos, mas um pilar fundamental para a dignidade do trabalhador e a segurança jurídica das empresas”, destacou.
Para trabalhadores e empresários de Goiás, o magistrado reforçou o compromisso de manter o TRT-GO acessível e eficiente. “Nosso objetivo é garantir que a Justiça do Trabalho continue sendo um canal de pacificação e desenvolvimento, sempre respeitando os direitos e deveres de cada parte”, concluiu.
Vice-presidente
Já a nova vice-presidente e corregedora regional empossada, desembargadora Iara Rios, destacou que a nova gestão terá como prioridades ampliar a atuação da Justiça do Trabalho no interior de Goiás, continuar com a política de inclusão e de maior acesso do cidadão ao Judiciário Trabalhista e divulgar mais amplamente a atuação social e de justiça da Justiça do Trabalho.
Outro ponto enfatizado pela magistrada foi a importância da equidade de gênero no Judiciário. Segundo ela, a Justiça do Trabalho já possui um quadro equilibrado de juízes e juízas no primeiro grau, mas a gestão pretende avançar em iniciativas que contemplem servidoras, magistradas e o público feminino em geral. Entre as ações planejadas, estão medidas para garantir melhores condições às mulheres que atuam no tribunal, além de atender às necessidades de gestantes e mães lactantes.
Ao falar sobre a demanda processual, a desembargadora reconheceu que, inicialmente, após a reforma trabalhista, houve uma queda no número de processos na Justiça do Trabalho, mas que a demanda voltou a crescer nos últimos anos. Para ela, esse aumento reforça a importância do órgão na mediação das relações de trabalho e na proteção dos direitos dos trabalhadores, especialmente em um cenário de transformações e modernização do mercado. “Acho que a Justiça do Trabalho está preparada para atender a essas demandas das relações de trabalho que são tão dinâmicas”, afirmou Iara Rios.
Ouvidoria e Escola Judicial
Na mesma solenidade foram empossados, ainda, o ouvidor, desembargador Daniel Viana Júnior, a ouvidora da Mulher, desembargadora Kathia Albuquerque, e a diretora da Escola Judicial (Ejud 18), desembargadora Rosa Nair Reis.