Roda Viva

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    Roda Viva

    Chico Buarque é sempre fonte de inspiração. Essa semana, especialmente, em que completa seus 70 anos, é também deflagrador de reflexões.

    Seus versos e músicas cantam dilemas e críticas que encontramos diariamente nos Tribunais Brasileiros, ainda que nem de longe tenha ele pensado nisso.

    A forma absurda com que a Justiça do Trabalho, em alguns casos, trata o direito e o reclamado, mormente o empresário, sempre me fazem recordar de Chico.

    “A gente vai contra a corrente
    Até não poder resistir
    Na volta do barco é que sente
    O quanto deixou de cumprir”

    Quando o óbvio será percebido? Quando os trabalhadores serão vistos pela Justiça do Trabalho não mais como vítimas sempre, mas sim, em muitos e muitos casos, como o causador do custo elevado de produtos e serviços, para além de ser motivo de muitas falências e alguns enfartos?

    O empresariado quer ‘ter voz ativa, no seu destino mandar, mas eis que chega a roda-viva e carrega o destino pra lá.’

    Quem é a roda-viva que chega e leva tudo pra lá?

    *LUDMILLA ROCHA CUNHA RIBEIRO, Advogada, pós-graduada em Direito Público, Direito do Trabalho e Processo do Trabalho, L.LM em Direito Empresarial pela FGV (em curso).