Caso Martha Cosac: Defesa de um dos acusados tenta adiar júri popular

A defesa de Alessandri da Rocha Almeida, um dos acusados do assassinato da empresária Martha Cosac e do afilhado dela, Henrique Talone, entrou com pedido de habeas corpus no Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) para tentar adiar o julgamento do réu marcado para o próximo dia 8 de outubro. O advogado Ricardo Teles alega que ainda tramita no Superior Tribunal de Justiça (STJ) recurso contra a decisão de pronúncia e que ainda não houve o transitou em julgado da sentença.

Alessandri foi mandado a júri pelo juiz Jesseir Coelho de Alcântara (foto), que indeferiu anteriormente o mesmo pedido feito pela defesa ante, segundo ele, a existência de certidão nos autos de que o recurso no STJ já foi julgado e a decisão de pronúncia também já transitou em julgado. Além do mais, o juiz complementou, em despacho, que o recurso no STJ não tem efeito suspensivo e nem foi concedida suspensão do andamento do processo criminal pelo ministro relator daquela Corte Superior, não tornando óbice a realização do júri na data marcada.

O habeas corpus no TJGO tem como relator o juiz substituto em segundo grau Fábio Cristóvão de Campos Faria, em atuação na 2ª Câmara Criminal, que deverá decidir sobre o pleito da defesa em alguns dias.

O crime

A empresária Martha Cosac e seu afilhado de 11 anos, Henrique Talone, foram mortos a facadas no dia 7 de outubro de 1996, no interior da confecção “Última Página”, de propriedade de Martha, então no Setor Sul.

Segundo a denúncia do Ministério Público, Frederico da Rocha Talone, sobrinho de Martha, e Alessandri da Rocha Almeida teriam cometido o crime e em seguida roubado um cheque preenchido, assinado e endossado por Martha, no valor de R$ 1,5 mil, a carteira de identidade, cartões de crédito e de banco dela, aparelho de som, jóias e dinheiro.

Frederico era empregado de Martha, responsável por serviços de contabilidade da empresa, e tinha acesso à senha pessoal da conta dela. De acordo com a denúncia, no dia do crime Martha havia chegado de uma viagem e telefonado para Frederico, pedindo que ele fosse à confecção no dia seguinte para lhe entregar cheques de terceiros que estavam com ele.

De acordo com o MP, Frederico e Alessandri foram à confecção no mesmo dia, por volta das 23 horas. Martha abriu o portão de sua residência – onde também funcionava a confecção -, os dois entraram, aplicaram-lhe golpes em regiões vitais do corpo, amarraram-lhe as mãos e os pés e, em seguida, a esfaquearam. Henrique Talone, sobrinho de Martha, foi morto em seguida por ter presenciado o crime.