Vítima de atentado, Walmir Cunha é homenageado durante XXIII Conferência Nacional da Advocacia

Walmir Cunha será homenageado pela OAB

O advogado goiano Walmir Cunha, que foi vítima de atentado a bomba em julho de 2016, está em São Paulo na tarde terça-feira (28). Durante a XXIII Conferência Nacional da Advocacia Brasileira, ele receberá homenagem por parte do presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-GO), Claúdio Lamachia, e pelo presidente da Comissão Nacional de Defesa das Prerrogativas da OAB, Jarbas Vasconcelos do Carmo, pelo exercício destemido da advocacia mesmo sob ameaça.

O advogado goiano foi alvo do atentado em decorrência de sua atuação em uma causa na vara de família de Goiânia, na qual conseguiu êxito em relação a disputa de guarda de uma criança. O atentado ocorreu em 15 de julho do ano passado, quando Walmir recebeu em seu escritório o artefato explosivo que causou a amputação de três dedos e a perda de 70% da mão esquerda, queimaduras graves no tórax, abdômen, pernas e pé, do advogado, além de uma fratura exposta no pé direito. Os dois acusados de cometerem o crime permanecem presos aguardando julgamento.

Depois de passar pela experiência cruel, o advogado Walmir Cunha elaborou o Manifesto pela Garantia da Justiça. O documento traz propostas para alteração de artigos da Lei nº. 8.906/94, que dispõe sobre o Estatuto da Advocacia, e da Lei nº. 8.072/90, que trata sobre crimes hediondos. Entre elas, está a criminalização de atentados contra à vida e à integridade física dos operadores do Poder Judiciário como crime hediondo, por representar grave ataque à dignidade da Justiça. “Uma ação de coação como essa que sofri não atinge somente a classe, mas toda a sociedade, uma vez que se coloca em risco a liberdade dos profissionais para defender os direitos individuais que, porventura, possam ser afetados”, justifica.