Wanessa Rodrigues
Em poucos meses, empreendedores goianos terão acesso ao melhor programa de aceleração de negócios em fase de ideia e lançamento de startups do mundo. Chega a Goiânia o Founder Institute, que tem sede no Vale do Silício e que está em atuação no Brasil desde 2015 – com a criação de mais de 150 empresas de tecnologia promissoras no país. O programa vai oferecer apoio de mentores aos interessados em lançar uma empresa de tecnologia. Entre eles, o advogado goiano e CEO Rafael Pinto, do InovaLaw Assessoria Jurídica, que fala ao Rota Jurídica sobre a importância do advogado na criação de uma startup.
Pinto observa que a mentoria jurídica para startups é essencial em diversos aspectos, sendo que um deles é a melhor compreensão dos riscos do negócio a ser executado pela startup. Além dos acordos a serem formalizados entre os sócios da startup, conforme o nível de maturidade dos fundadores. Segundo diz, em uma economia cada vez mais “customer centric” (que coloca o cliente no centro de todas as estratégias e tomadas de decisão), o assessor jurídico precisa sair da zona de conforto “técnica” e entrar no negócio do cliente.
“Essa capacidade de “pensar como empresário” é essencial especialmente no mercado de tecnologia e startups, no qual a inovação é constante e, muitas vezes, disruptiva”, diz o advogado. O especialista ressalta que a maioria dos empreendedores possui extremo foco na execução do negócio. Por isso, em muitos casos, os cuidados jurídicos são negligenciados, o que abre espaço para inúmeros riscos e potenciais conflitos.
Pinto lembra que a falta de cuidados jurídicos no início de uma startup é mais grave que em negócios mais tradicionais, considerando que toda startup possui como objetivos escalar seus negócios para o âmbito nacional ou internacional, captando diversas rodadas de investimento perante investidores de risco. Ressalta que é absolutamente diferente de abrir uma cafeteria com o objetivo de apenas gerar recursos para o auto-sustento.
Advogados
O especialista dá dicas para os profissionais que pretendem atuar junto às startups. Conforme Pinto, advogados especialistas em tecnologia e startups precisam deixar o tecnicismo de lado, bem como a mentalidade do litígio e do mero compliance. Ele ressalta que um advogado de startups faz mais do que resolver e prevenir conflitos. O profissional utiliza instrumentos jurídicos para atingir benefícios dos mais diversos e não exatamente jurídicos.
“Startups nascem com o DNA inovador, estando prontas para desafiar regulações e a executar modelos de negócio nunca antes vistos. Naturalmente, é papel do advogado abraçar os riscos jurídicos próprios destes empreendimentos inovadores. A maioria dos profissionais jurídicos está longe de ter este perfil”, completa.
O programa
Pinto observa que criar uma startup é extremamente desafiador. Segundo diz, a maioria das pessoas acredita que basta ter uma boa ideia e desenvolver um bom produto e logo estará faturando milhões. Mas ele lembra que 96% das startups falham em até 2 anos e os motivos são inúmeros, com destaque para: pequeno acesso ao mercado; problemas no encaixe do “problema” e “solução”; dentre outros.
Por isso, o Founder Institute, oferece encontros semanais para formação de empreendedores e conexão com mais de 50 mentores de altíssimo sucesso em suas respectivas áreas. A proposta é fazer o empreendedor evoluir em 14 semanas o que levaria 18 meses por conta própria.
Além de Rafael Pinto, o Founder Institute em Goiânia será comandado pelos líderes de startups locais Claudio Avila (CEO, Supera Inovação em Tecnologia), Marcos Campos (Instituto Gyntec) e Nima Kazerooni. Com planos de executar dois semestres anualmente, o Founder Institute pretende lançar mais de 20 empresas de tecnologia significativas e duradouras por ano em Goiânia. Serão realizados seis eventos de recrutamento, por meio dos quais os empreendedores interessados poderão conhecer mais o programa. Mais informações e inscrições aqui
