A juíza Maria Umbelina Zorzetti, titular do 3º Juizado Especial Criminal de Goiânia, conduziu, na tarde dessa quinta-feira (27), a primeira audiência do Programa Magnólia, projeto idealizado por ela com o objetivo de promover acolhimento e reflexão a pessoas envolvidas em processos por crimes de menor potencial ofensivo. A sessão inaugural ocorreu no auditório do Fórum Cível da capital goiana e reuniu participantes envolvidos em infrações relacionadas ao porte ilegal de drogas.
A iniciativa, conforme explica a magistrada, busca oferecer uma abordagem alternativa às tradicionais penas aplicadas nesses casos, que, segundo ela, “não têm surtido mudanças de comportamento significativas por parte dos infratores”. Por meio de rodas de conversa, oficinas, palestras e atividades interativas, o programa pretende oferecer ferramentas para que os participantes repensem suas escolhas e ampliem suas possibilidades de vida.
A juíza destacou o trabalho dos servidores André Luiz de Vasconcelos Teixeira e Gessika de Almeida Brandão Xavier na viabilização do projeto, que abordará ainda temas como segurança no trânsito, meio ambiente, cultura da paz, comunicação não violenta, educação, cultura e lazer.
A proposta é que, sempre na última quinta-feira de cada mês, um novo grupo de pessoas, cujos processos tramitam nos juizados especiais criminais e que estejam submetidas a medidas educativas ou tenham recebido o benefício da transação penal, participem das atividades conduzidas por profissionais voluntários de diversas áreas do conhecimento.
Durante a audiência piloto, a promotora de Justiça Fabiana Vasconcelos Teixeira ofereceu aos presentes a possibilidade de transação penal, mediante a participação no encontro, o que resultaria no arquivamento dos respectivos processos.
Com a anuência dos envolvidos, a psicóloga e servidora do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), Thayssa Moiana, conduziu ainda uma palestra interativa. Utilizando uma metodologia sensível e acolhedora, propôs reflexões sobre os sentimentos dos participantes, os fatores que os levaram ao consumo de substâncias entorpecentes e aplicou uma dinâmica de autoavaliação sobre aspectos diversos da vida, como saúde, emoções, espiritualidade, relações sociais e vida profissional.