Programa Meu Guri será implementado em órgãos ligados a infância e juventude de Goiânia

Um Termo de Cooperação Técnica entre a Coordenadoria da Infância e da Juventude de Goiânia,  Juizado da Infância e da Juventude e  Escola de Pais do Brasil Seccional de Goiânia foi assinado na semana passada por representantes desses órgãos para atuação em parceria com o Programa Meu Guri, na cidade de Goiânia.

Lançado em Goiânia no dia 21 de novembro de 2014, o Programa visa transformar a vida de adolescentes infratores e oferecer oportunidades de reinserção social. O documento tem como finalidade estabelecer a cooperação recíproca entre as partes, visando o desenvolvimento de atividades conjuntas de atendimento e acolhimento de adolescentes em potencial situação de risco ou já infratores, que estão em cumprimento de medida socioeducativa e de sua família.

Caberá à Coordenadoria da Infância e da Juventude da Capital e ao Juizado da Infância e da Juventude de Goiânia mapear as necessidades do adolescente e sua família e acompanhar sua evolução junto ao parceiro prestador de serviço ou acolhedor. O Programa Meu Guri, já estabeleceu parcerias com o Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), Ordem dos Advogados do Brasil em Goiás (OAB-GO), Serviço Nacional de Aprendizagem Nacional (SENAC), Centro de Integração Empresa Escola (CIEE), Fundação Pró-Cerrado, Rede Nacional de Aprendizagem, Promoção Social e Integração (RENAPSI), entre outros.

Dividir responsabilidades
Em dezembro de 2007, a juíza Maria do Socorro de Sousa Afonso da Silva, então titular do Juizado da Infância e da Juventude de Aparecida de Goiânia, lançou o Projeto Meu Guri, que tem por objetivo buscar parcerias com as prefeituras municipais, Conselhos Municipais e Conselhos Tutelares, Organizações Não Governamentais (ONGs), o meio empresarial e a família da criança ou adolescente, a fim de dividir responsabilidades acerca de sua reinserção na sociedade.

A inspiração para criação do projeto surgiu de um encontro com agentes de proteção, onde todos discutiram a menoridade penal e chegaram à conclusão de que os jovens de rua não estão nesta condição porque querem. Por sua vez, o nome do projeto faz alusão à canção de mesmo nome de Chico Buarque de Holanda, lançada em 1981, que conta a história do menino que furtava para ajudar a mãe, sem que ela soubesse, e foi morto em uma de suas empreitadas. Ainda segundo Maria do Socorro, o Postulado da Nova Defesa Social também inspirou o projeto, pois tem como premissa que todo criminoso se não for condenado à prisão perpétua ou morte, retornará em algum momento para a sociedade e, se não se investir nele, no sentido de reeducá-lo, ele será um risco para a sociedade.