Pleno do TRT-GO decidirá conflito entre eletricitários e empresas prestadoras de serviço da Equatorial

Audiência foi realizada no Centro de Negociação Coletiva da Vice-Presidência do TRT-GO, com a presença do procurador do trabalho Januário Justino e de representantes de oito empresas prestadoras de serviço da Equatorial
Publicidade

Após três audiências de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho de Goiás (TRT-GO), os eletricitários terceirizados que prestam serviços para a Equatorial Goiás Distribuidora de Energia não chegaram a um acordo com as empresas contratantes sobre o reajuste salarial da categoria. Com a paralisação já completando seis dias nesta quarta-feira (11), o impasse será levado ao Tribunal Pleno, que poderá decidir a questão por meio de uma sentença normativa, válida para todos os cinco mil trabalhadores do setor no Estado.

Durante a audiência desta terça-feira (10), o vice-presidente do TRT-GO, desembargador Eugênio Cesário, reforçou a importância de valorizar os trabalhadores. “Não é possível admitir a depreciação remuneratória, mesmo em se tratando de terceirizados”, afirmou o magistrado, destacando a necessidade de uma remuneração justa.

A audiência também contou com a participação da desembargadora Wanda Lúcia Ramos, coordenadora do Centro Judiciário de Métodos Consensuais de Solução de Disputas (Cejusc) de 2º grau. Apesar dos esforços para mediar um consenso, as negociações entre os eletricitários e as empresas contratantes não avançaram.

Propostas recusadas

O Sindicato da Indústria da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica no Estado de Goiás (Sindienergias-GO), que representa as empresas contratantes, manteve sua proposta de reajuste salarial de 3,69% e aumento no vale-alimentação para R$ 35,00. No entanto, a oferta foi recusada pelos trabalhadores, que consideraram os valores insuficientes diante das demandas da categoria.

O Sindtelgo (Sindicato dos Trabalhadores na Construção e Manutenção de Rede e Distribuição de Energia Elétrica no Estado de Goiás), que representa os eletricitários, sinalizou estar aberto à proposta do TRT-GO de parcelamento de um reajuste de 15%, além do aumento do vale-alimentação para R$ 50,00. “Há empresas dispostas a negociar percentuais superiores ao proposto pelo sindicato patronal”, afirmou Rodrigo Fonseca, advogado do Sindtelgo.

Próximos passos

Com o impasse mantido, o processo será analisado pelo Tribunal Pleno do TRT-GO, que poderá decidir sobre o reajuste salarial e outros benefícios dos trabalhadores por meio de uma sentença normativa. Essa decisão substituirá a convenção coletiva e será aplicada a todos os eletricitários terceirizados do estado.

Enquanto o julgamento não ocorre, a greve dos eletricitários continua, afetando diretamente os serviços de manutenção e operação da rede de energia elétrica em Goiás.