O advogado criminalista é incompreendido, diz presidente nacional da ABRACRIM

Elias Mattar Assad está em Goiânia neste terça-feira para palestra na Alego, no Setor Oeste

O presidente nacional da Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas (ABRACRIM), Elias Mattar Assad, está em Goiânia nesta terça-feira (21), onde participa, a partir das 16 horas, da palestra Advogados Criminalistas, no Salão Costa Lima, da Assembleia Legislativa de Goiás, no Setor Oeste, em Goiânia. Um dos fundadores da instituição, ele atendeu o convite do presidente da ABRACRIM-GO, Alex Neder, para falar sobre as lutas, dificuldades e alternativas para construir um ambiente melhor para profissionais da Advocacia Criminal Brasileira. Assad também concedeu entrevista exclusiva ao Rota Jurídica, na qual garante que o advogado criminalista é incompreendido. Leia a íntegra da conversa abaixo:

O senhor tem afirmado que o país atravessa um momento delicado, em que muitas prerrogativas profissionais dos advogados vêm sendo desrespeitadas. Qual tem sido o papel da ABRACRIM para mudar este cenário? Quais as ações desenvolvidas, por exemplo?

Não se respeitam os direitos fundamentais dos cidadãos, expressados no quinto artigo da nossa Constituição Federal.

Grande engano. Sistema que não respeita Prerrogativas da Advocacia, não respeitará também de Magistrados, do Ministério Público, de Parlamentares, nem de qualquer outra profissão.

Para desrespeitar o cidadão é preciso desrespeitar o advogado. A ABRACRIM existe para não permitir nem uma coisa nem outra.

Quais as principais dificuldades enfrentadas pelos advogados criminalistas? Em sua opinião, o que deveria ser melhorado?
A incompreensão, ou a desculpa da incompreensão, pelas autoridades constituídas do relevo social da Advocacia Criminal.

Direito de ampla defesa técnica e juízes imparciais são conquistas dos povos civilizados e estamos perdendo essa referência, quase rumando para o tempo das cavernas.

A massa que gritava “mata” e promovia linchamentos outrora continua entre nós gritando “morte” para culpados e para inocentes também.

Quais as vitórias conquistadas pela Abracrim nos últimos tempos e o quais ainda devem ser alcançadas? Ou seja, quais são os desafios para a entidade?
No momento, a maior conquista é a união da Advocacia Criminal Brasileira. Unidos enfrentaremos todas as falsas incompreensões dos tiranos de plantão.

Desafio de fazer cumprir as leis já existentes. Somos um povo que reluta em cumprir o direito posto.

Qual a importância de se ter uma associação que represente categorias de advogados? Fortalecimento, por exemplo?
Com uma associação nacionalmente organizada, a violação de um advogado no mais distante ponto do território repercutirá nacionalmente, por notas de repúdio e prontas ações que cobramos da OAB como processos administrativos e criminais contra as autoridades violadoras, públicos desagravos, etc.

Sobre a ABRACRIM, como tem sido o desenvolvimento das subseções nos estados?
Denominamos “Estaduais da ABRACRIM” e “Representações Regionais” no interior dos estados. Estamos em franco desenvolvimento. Temos em média vinte novas propostas/dia de interessados em se associar na ABRACRIM. Nosso site impressiona pelo crescente número de acessos, enfim, preenchemos uma lacuna e estamos tendo todo o respaldo do Conselho Federal da OAB, que nos considera aliados na luta pelo livre exercício da Advocacia.

Como o senhor avalia a justiça hoje?
Ou o que restou dela…

Muitos juízes perderam a referência do que significa verdadeiramente ser juiz. A independência, a imparcialidade, a boa educação com advogados, partes e testemunhas foram deixadas de lado.

Hoje muitos juízes, membros do Ministério Público e Delegados de Policia, estão mais interessados nas luzes esfuziantes da mídia, que no real desempenho de seus afazeres legais. Como se eles precisassem disto.

Queremos apenas o Brasil conforme a Constituição Federal prometeu.