Mais uma vez, CNMP prorroga afastamento de Demóstenes

O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) prorrogou mais uma vez, por 60 dias, o afastamento das funções do procurador de Justiça Demóstenes Lázaro Xavier Torres. Ele está afastado administrativamente desde 10 de outubro de 2012, inicialmente por decisão da Corregedoria do Ministério Público estadual e depois pelo CNMP, que avocou (chamou para si) o processo administrativo-disciplinar contra o procurador e ex-senador da República. Desde então, o CNMP vem prorrogando, periodicamente, o afastamento do procurador de suas funções no Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO).

Demóstenes teve o mandato cassado pelo Senado Federal por quebra de decoro parlamentar depois que foi revelado seu envolvimento com o grupo de Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, condenado a 39 anos de prisão pela Justiça Federal por formação de quadrilha e corrupção ativa, entre outros crimes. A operação Monte Carlo, que desarticulou o grupo criminoso, foi deflagrada em 29 de fevereiro de 2012, mas só quase dois anos depois, no dia 22 de janeiro deste ano, teve início a primeira ação penal contra Demóstenes.

Foi quando a Corte Especial do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) recebeu a denúncia apresentada pelo procurador-geral de Justiça, Lauro Machado Nogueira, contra Demóstenes, Carlos Cachoeira e Cláudio Abreu, ex-representante regional da Delta Construções, uma das empresas ligadas ao grupo de Cachoeira. Demóstenes é acusado de corrupção passiva (oito vezes) e exercício de advocacia administrativa. A ação penal será instaurada pelo TJ-GO porque, como procurador de Justiça, ele tem foro por prerrogativa.

Mesmo afastado, ele continua recebendo salários (R$ 25,3 mil) mais benefícios. O processo administrativo foi aberto depois que um grupo de 82 promotores e procuradores de Justiça de Goiás procurou o CNMP para pedir o afastamento do colega cassado por falta de decoro. Eles alegavam que a presença do ex-senador no MP-GO causava constrangimento a todos, devido ao conteúdo dos diálogos e negociações revelados pelos áudios gravados durante a Operação Monte Carlo. Fonte: O Popular