Justiça recebe denúncia contra caminhoneiro que provocou acidente que matou quatro PMs do COD

PMs mortos em acidente
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Denúncia do Ministério Público de Goiás (MPGO) oferecida contra o caminhoneiro Diego Michael Cardoso pelos crimes de homicídio com dolo eventual (quando se assume o risco de matar), pela morte de policiais militares foi recebida pela Justiça. Quem vai julgar o caso é juiz Filipe Luis Peruca.

O acidente ocorreu no dia 24 de abril deste ano, na BR-364, no município de Cachoeira Alta, vitimando os policiais Gleidson Rosalen Abib, Liziano José Ribeiro Júnior, Anderson Kimberly Dourado de Queiroz e Diego Silva de Freitas.

Na denúncia, o promotor de Justiça Tommaso Leonardi relata que o caminhoneiro excedeu o limite de velocidade, assumindo o risco de produzir o resultado morte (dolo eventual). O acidente provocou a morte dos policiais que estavam na viatura do Comando de Operações de Divisas (COD), ao qual pertenciam.

Inquérito policial aponta que o fato se deu entre as 19h20 e 19h30, quando houve a colisão semifrontal, envolvendo o caminhão conduzido pelo motorista e a caminhonete na qual estavam os policiais. De acordo com a denúncia, Diego dirigia o veículo carregado com aproximadamente 70 toneladas de milho, com destino a Ribeirão Preto, em São Paulo. Já os policiais saíam de um posto da Polícia Rodoviária Estadual, no município de Caçu.

É apontado que Diego invadiu a faixa contrária, sendo esta contínua, indicando ultrapassagem proibida, momento em que colidiu com a viatura. Conforme laudo da perícia criminal, o veículo estava em alta velocidade e foram encontradas marcas de frenagem do caminhão no acostamento contrário à sua mão, ou seja, na pista onde vinha o carro com os policiais. Pouco antes do acidente, a velocidade do caminhão era entre 110 e 120 quilômetros por hora.

Com a colisão, as vítimas foram arremessadas para fora da viatura, sendo constatado os óbitos de Anderson, Liziano e Diego, naquele local. Gleidson foi encontrado com vida e conduzido para Caçu, mas morreu poucos minutos após o acidente.

Defesa

A defesa do acusado Diego Cardoso não coaduna com a denúncia oferecida pelo Ministério Público. Em nota, as advogadas Jhoanne Barbosa e Lorena Magalhães assinalam que o acidente em si é trágico, fora de questão para todo. E que decisão que decretou a prisão preventiva do réu não se deu pelo clamor popular, como sustentado pelo juízo competente, mas acredita porque que há possível influência do Poder Executivo nas decisões do Poder Judiciário, visando encontrar um culpado para o sinistro automobilístico.

“Consigna-se, que as investigações foram realizadas de forma célere e prematura, baseando-se em suposições e depoimentos de agentes militares, o que vem prejudicando a busca da verdade real. Nesse rumo, empenhará garantir ao réu o seu direito à ampla defesa e contraditório, comprovando, na sequência, a sua inocência”, afirmam as causídicas..

*Notícia editada às 12h57 para incluir a nota da defesa.