Caminhoneiro é condenado a mais de 50 anos por tentar matar a ex e por assassinar pedreiro que curtiu foto dela nas redes sociais

Júnio Vagner Moura Gomes ao ser preso suspeito de atirar na ex e matar homem que curtiu foto dela
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O caminhoneiro Junio Wagner Moura Gomes, de 49 anos, foi condenado a mais de 50 anos de prisão por tentar matar ex-mulher e assassinar pedreiro que curtiu foto dela nas redes sociais. O réu deverá ainda indenizar em R$ 400 mil a família do pedrero Gilvan de Jesus e pagar R$ 300 mil a Gleide Batista.

Os crimes aconteceram no dia 13 de fevereiro de 2020. O júri popular, que terminou na noite da última sexta-feira (21), foi presidido pela juíza Marianna de Queiroz Gomes, da comarca de Nova Crixás.

As investigações apontaram que, mesmo estando separado da mulher há cerca de dois anos, Junio não aceitava o fim do relacionamento e agia por ciúmes. A professora já tinha uma medida protetiva que o impedia de se aproximar dela – ordem judicial que ele desrespeitou ao tentar matá-la, segundo as acusações.

Narra os autos que o réu mantinha, entre janeiro e fevereiro de 2020, uma arma de fogo de uso permitido, sem autorização, em sua casa. Neste período, ele teria ameaçado a vítima Gilvan Jesus. No dia 13 de fevereiro, ele teria ido até a casa de dele onde o matou. Em sequência, se deslocou até a casa da sua ex-mulher, onde, com a mesma arma de fogo, teria também disparado contra ela, que não morreu porque foi salva por terceiros.

Tribunal do Júri

Durante o julgamento no Tribunal do Júri, o representante do Ministério Público sustentou a acusação, postulando a condenação do réu nos termos da pronúncia. O Conselho de Sentença reconheceu a materialidade e a autoria dos crimes pronunciados, bem como de todas as qualificadoras imputadas na denúncia.

O Conselho de Sentença reconheceu a existência de duas qualificadoras, uma vez que o réu dificultou a defesa das vítimas. Com relação ao motivo ciúme, este foi usado já para agravar a pena-base como qualificadora, isso porque o réu já é reincidente. Também foi usada a qualificadora da violência feminicida.

Para a magistrada, o agente agiu com dolo grave, já que atirou contra a mãe de seus filhos dentro de sua casa. “Já estavam divorciados e, mesmo assim, atirou na cabeça da vítima. Praticou violência psicológica por anos a fio, não pagava pensão de seus filhos, ameaçou a esposa por várias vezes”, explicou a juíza Marianna de Queiroz Gomes.

Processo 0023815-59