*Rogério Costa Rabelo
O atual sistema educacional, chamado de “Prussiano” é originado do padrão militar de educação da Prússia, do século 18, ou seja, dos anos de 1700, tem como objetivo principal gerar uma massa, uma leva de pessoas (ou seria de operários ? ) obedientes e competitivas, com disposição para guerrear, hoje para competir.
As escolas são colocadas no mesmo patamar das fábricas e dos presídios, com seus portões, grades e muros; com horários estipulados de entrada e de saída, fardamento, intervalos e sirenes indicando o início, o intervalo e o fim das aulas.
Ou seja, o sistema educacional vigente acaba refletindo verdadeiras estruturas políticas ditatoriais que produzem cidadãos “adestrados” para servir ao sistema; nestes termos, qualquer metodologia educacional que busque algo diferente será “proibida”.
Infelizmente, esse foi o modelo que se espalhou pela Europa e depois pelas Américas.
A sua principal falha está em um projeto que não leva em consideração a natureza da aprendizagem, a liberdade de escolha ou a importância do amor e das relações humanas no desenvolvimento individual e coletivo.
Assim, fracassados somos todos os que compactuamos direta ou indiretamente com esta verdadeira máquina de subjugar inocentes que querem crescer em liberdade.
Todo mundo fala de paz mas, ninguém educa para a paz. Como um velho adágio que diz: “Todo mundo quer ir para o Céu, mas ninguém quer morrer”. As pessoas educam apenas para a competição e a competição é o princípio de qualquer guerra.
O educador não só tem que entender a realidade mas, também tem que conseguir transformá-la.
Não é o estudante que fracassa em aprender, é o sistema educacional que não presta. Quando alguém não entende o que você falou, não é a pessoa que não compreendeu, foi você que não soube explicar.
Em teoria, todas as leis de educação nos falam de objetivos e desenvolvimentos humanos profundos, valores humanos, cooperação, comunidade, solidariedade, igualdade, liberdade, felicidade e se enchem de palavras bonitas. A realidade é que a estrutura básica do sistema promove justamente os valores opostos: a concorrência, o individualismo, a discriminação, o condicionamento, a violência emocional, o materialismo e a competição. Qualquer ideia que se promova a partir do discurso é incoerente com o que a estrutura sustenta.
O que se aprende por tradição se converte, simplesmente, num processo de reprodução simbólica. O que se busca, na educação contemporânea, é um povo dócil, obediente, trabalhador e que pode ser preparado para as guerras, para as competições entre empresas, escritórios e entre os profissionais autônomos.
A educação é uma ferramenta para formar operários úteis ao sistema e uma ferramenta para que a cultura permaneça igual e sempre se repita.
O modelo de produção industrial, em linha de montagem, Henryfordiano, é perfeito para as escolas. A educação de uma criança é comparável à manufatura de um produto, portanto requer uma série de passos determinados em uma ordem cronológica especificamente estabelecida.
Mas a educação não é preparada por biólogos, também não é preparada por educadores. É preparada por administradores, pessoas que não dão aulas.
Por fim, o propósito final da educação é e deve ser o de conduzir o indivíduo a encontrar caminhos para a sua vida futura pois, o significado da vida é o que fazemos dela, é o significado que damos a ela. É ter a certeza de que qualquer profissão escolhida será a profissão de seu coração, feita com amor, com arte e com toda a nossa dedicação.
É o fim.
*Rogério Costa Rabelo é advogado e atua nas áreas Civil, Criminal, Fazendária e Trabalhista dos Juizados Especiais e das Varas das comarcas de Aparecida de Goiânia, Guapó, Goiânia, Senador Canedo e Trindade. Também é juiz arbitral, conciliador e mediador.