Perspectivas e tendências ambientais para o agronegócio

Para encerrar a Semana de Meio Ambiente, nada mais justo que abordemos um tema bastante relevante para o agronegócio brasileiro: perspectivas e tendências ambientais aplicadas ao agro. Sem dúvida, os aspectos socioambientais vêm ganhando cada vez mais protagonismo na tomada de decisão dos atores do agronegócio, seja na tomada de crédito, seja por exigência dos mercados consumidores, ou mesmo por uma questão de até sobrevivência do nosso modelo de produção.

Ao falarmos sobre tendência, é prudente que comecemos pela tecnologia, grande aliada do meio ambiente na busca por modelos de produção mais sustentáveis. Novas tecnologias, como o “Blockchain”, poderão garantir confiança na rastreabilidade de produtos e informações na cadeira do agro.

Esse sistema, em linhas gerais, trata-se de uma espécie de livro de registros digital, em que as informações, uma vez inseridas, não são mais passíveis de serem apagadas ou alteradas, formando blocos de dados interligados com tecnologia criptografada, visando garantir segurança e inviolabilidade das informações.

O uso dessa tecnologia no agronegócio poderá evitar a aquisição de animais criados em áreas embargadas ou irregularmente desmatadas, além da comercialização de grãos produzidos em áreas especialmente protegidas, como terras indígenas ou unidades conservação.

Outra tendência que está em voga é a incorporação de práticas “ESG” nos sistemas de produção do agronegócio, seja por parte do produtor, seja por agroindústrias. Cada vez mais solicitado por instituições financeiras e mercados internacionais, essa técnica envolve a adoção por parte da empresa ou produtor de critérios operacionais que tenham responsabilidade ambiental, social e de governança.

Outra novidade é o recém-criado mecanismo de pagamento por serviços ambientais, em que se remunera produtores rurais pelos serviços ambientais prestados em suas propriedades que geram benefício para toda a sociedade. Essa metodologia já é bastante utilizada no exterior, como países como os Estados Unidos.

O mercado de carbono, apesar de ser um tema já bastante discutido e conhecido, recentemente ganhou nova página ao ser regulamentado pelo governo federal. A iniciativa do governo visa dar maior transparência e segurança jurídica às operações que envolvam práticas de redução ou sequestro de gases do efeito estuda por empresas e projetos ambientais.

Por fim, outro grande destaque é a Agricultura regenerativa e sua aplicação nos métodos de produção no agronegócio. O princípio básico da agricultura regenerativa é a proteção e não o esgotamento de recursos naturais, como solo e água, criando um ambiental sustentável para o cultivo de alimentos. Esse sistema visa garantir a continuidade da produção, enquanto se recupera e preserva o meio ambiente.

Sem dúvida, as práticas socioambientais ganharão cada vez mais relevância no ambiente de negócios do agronegócio. Por isso, para que esse setor continue crescendo e sendo destaque internacional, é preciso incorporar essas tendências ambientais ao seu modelo de negócio e garantir que maiores investimentos em tecnologia e gestão ambiental possam chegar ao campo.