Projeto de ressocialização em presídio goiano ganha dois prêmios nacionais

Projeto Cabocla, que foi implementado na cidade de Goiás em 2008, ganhou dois prêmios nacionais

O projeto Cabocla, implementado na unidade prisional da cidade de Goiás desde 2008, conquistou recentemente dois importantes prêmios nacionais: um deles foi o prêmio máximo concedido pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O segundo foi o Troféu Ouro, do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), que é voltado para mulheres empreendedoras, e que homenageia a empresária e coordenadora do projeto, Milena Curado. Ela é a primeira mulher a conquistar o prêmio no Estado.

O projeto trabalha com técnicas e motivos tradicionais de bordados da região, aplicados a roupas, bolsas, almofadas e panos, e que são comercializados pela empresa Cabocla Criações Cabocla1em todo o país. Atualmente, 20 reeducandos que cumprem pena no local participam da iniciativa. Mas, segundo a coordenadora, existe lista de espera de detentos que querem se inserir no programa.

Milena entende que a parceria é uma troca vantajosa para os dois lados. “Sou microempresária. Tenho direito de assinar carteira de apenas um funcionário. Para contratar mais pessoas, precisaria ter uma empresa grande. Como não tenho, precisei procurar alternativas de produção. O que me levou a optar pelo presídio foi saber que os reeducandos têm tempo livre”, discorre a empresária. Ela garante estar bastante contente com a parceria: “Eu precisava da mão de obra e eles são comprometidos com o trabalho, é uma troca”, afirma.

Além de receber pelo trabalho, os presos contam com os benefícios da Lei que permite converter horas de trabalho para remissão da pena. “Isso quer dizer que a cada três dias trabalhados, o preso tem abatimento de um dia da pena”, destaca o diretor da unidade prisional, Ledney Dorian Mendonça.