Onze vereadores recorreram da decisão que mantém aumentos contínuos de IPTU

Um grupo de vereadores recorreu da decisão do desembargador Nicomedes Borges, da Corte Especial do Tribunal de Justiça, que concedeu liminar ao Município suspendendo a Lei 10.105, de 5 de dezembro deste ano, aprovada pela Câmara Municipal, que impede os aumentos contínuos de IPTU em Goiânia. O instrumento jurídico utilizado para intervir na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) é o chamado amicus curiae, juntamente com o recurso de embargos de declaração.

“A ADI discute inconstitucionalidade. E a decisão não foi baseada em inconstitucionalidade, mas sim em argumentos equivocados da prefeitura que, acredito, tenham induzido o desembargador ao erro”, afirma Elias, que teve a iniciativa da lei.

O principal equívoco apontado pelo vereador diz respeito à alegação da prefeitura, de que a lei determinaria renúncia de receita. “Nós não estamos reduzindo a receita de 2017. Estamos falando de uma expectativa de receita para os próximos anos em que a lei prevê aumentos contínuos e abusivos de IPTU”, ressalta Elias.

O vereador ainda ressalta que a renúncia de receita é de responsabilidade fiscal e não constitucional. “Portanto, mesmo se a alegação de renúncia fiscal fosse verdadeira, não seria hipótese de ADI. O instrumento utilizado pela prefeitura foi inadequado”.

Além disso, Elias Vaz cita outra incoerência. Tramitava na Câmara, até a última sexta-feira (14.12), projeto da prefeitura que aumenta o teto para os aumentos sucessivos de IPTU imóveis de valor venal de R$200 mil para R$500 mil. “Ora, se essa tese do Município estivesse correta, isso também seria ilegal, também seria renúncia de receita aumentar o teto de R$200 mil para R$500 mil. É uma prova de que nem a prefeitura acredita nisso, foi só uma jogada para continuar arrecadando”, destaca Elias.

Outro ponto que baseou a decisão do Desembargador é um parecer emitido pela Procuradoria da Câmara Municipal sugerindo a manutenção do veto. Porém, a prefeitura omitiu do Tribunal de Justiça que a Procuradoria da Câmara havia emitido parecer favorável à aprovação da matéria. “A prefeitura agiu de má fé para induzir o judiciário a suspender a lei. Esperamos que a justiça seja sensível à situação que a população está vivendo, de crise econômica e muitas dificuldades. Não dá pra aceitar que o cidadão pague a conta da má gestão mais uma vez”, explica o vereador.

Vereadores que assinaram o recurso:
– Elias Vaz (PSB)
– Jorge Kajuru (PRP)
– Cristina Lopes (PSDB)
– Delegado Eduardo Prado (PV)
– Cabo Sena (PRP)
– Gustavo Cruvinel (PV)
– Lucas Kitão (PSL)
– Priscila Tejota (PSD)
– Sabrina Garcêz (PMB)
– Tatiana Lemos (PCdoB)
– Sargento Novandir (PTN)