MP oferece as primeiras denúncias criminais decorrentes da Operação Avalanche

O Ministério Público ofereceu três denúncias diferentes, referentes a fatos distintos e em diferentes datas. Por enquanto, estão sendo denunciados Donizete Soares da Silva (duas vezes), Deidison Ramalho da Silva Batista (duas vezes), Simone Saraiva (duas vezes), Marcileny Rodrigues Ramalho, Adriana Rodrigues da Silva, Camila de Sousa Athayde e Leonardo Ramalho dos Santos.

As denúncias por tráfico de drogas e os pedidos de prisão preventiva foram assinados em conjunto pelos promotores de Justiça Paulo Brondi, Douglas Chegury, Daniel Pessoa, Felipe Féres, Frederico Oliveira Santos, Diego Braga, André Duarte, Fabrício Roriz, Fernando Cesconetto, Leandro Murata e Paulo Parizotto.

Denúncia 1
O MP ofereceu denúncia contra o preso da Penitenciária Odenir Guimarães Donizete Soares da Silva, os presos da Agência Prisional de Campos Belos Elismar dos Santos Costa e Deidison Ramalho da Silva Batista e também Simone Saraiva e Adriana Rodrigues da Silva, esta sobrinha de Donizete, que agiam em Formosa.

De acordo com os promotores que assinam a denúncia, foi instaurado, em 2013, procedimento de investigação criminal para apurar a existência de organização criminosa destinada ao tráfico de drogas em Campos Belos. Inicialmente, havia informações de que Donizete liderava um número importante de pessoas para o tráfico na região, o que culminou com com a sua prisão, em setembro daquele ano.

Foi apurado, então, que ele, antes e mesmo depois da prisão, comanda ações para o comércio ilegal de drogas em Campos Belos.

A partir de interceptações telefônicas autorizadas foram rastreados outros integrantes da organização, descobrindo-se que o grupo pertencente a Donizete dividia-se em duas partes – uma primeira, atuante em Formosa, contando com pessoas de sua extrema confiança, inclusive familiares, que o auxiliavam na atividade financeira da empresa. Eles também são responsáveis pelo depósito de distribuição das drogas, assim como transporte.

O segundo grupo atua em Campos Belos, sendo liderado por Deidison que, junto com terceiros, fica responsável pelo recebimento, depósito e distribuição dos entorpecentes. Durante as investigações foi apreendida significativa quantidade de drogas, em diversas ocasiões, que abasteceriam o comércio de Campos Belos e região. A participação de cada um foi detalhada na denúncia criminal. Assim, Deidison e Elismar, responsáveis pelo transporte; e Simone, Adriana e Donizete, a quem cabia o fornecimento, foram denunciados pelo crime de tráfico ilícito de drogas, que tem previsto como pena reclusão de 5 a 15 anos e multa. Foi requerida a prisão preventiva de Donizete Soares da Silva, Simone Saraiva e Adriana Rodrigues da Silva.

Denúncia 2
O Ministério Público denunciou José Vieira de Carvalho Filho, Donizete Soares da Silva, Simone Saraiva, Camila de Sousa Athayde, Marcileny Rodrigues Ramalho e Leonardo Ramalho dos Santos, que, após a operação, encontram-se presos em unidades de Aparecida de Goiânia, Formosa e Campos Belos. A denúncia é pelo crime de tráfico de drogas.

Conforme relato dos promotores, o esquema criminoso montado por eles começou a ser desmontado a partir da prisão de Donizete Soares da Silva, que resultou na apreensão significativa de drogas. Uma delas aconteceu com a prisão em flagrante de Leonardo Ramalho dos Santos. No caso em questão, ficou constatado que Donizete tem o papel de controle e chefia da organização criminosa, ordenando a distribuição de mercadorias e recebimento dos valores advindos da atividade. A organização divide-se em dois braços – o de Campos Belos e o de Formosa, onde se concentravam os gerentes da empresa criminosa e alguns fornecedores.

Já José Vieira, companheiro de cela de Donizete no Presídio Odenir Guimarães, em Aparecida, emerge das investigações como um dos fornecedores de drogas. À Simone, uma das principais personagens do grupo e pessoa de confiança de Donizete, cabe o transporte da droga. Camila, companheira de José Vieira, junto com Simone, orquestra a busca e distribuição de drogas em Formosa e remessa para outras localidades, a mando de Donizete.

Por fim, foram denunciados Marcileny, que assumiu o comando de venda de drogas em Campos Belos, depois da prisão de Deidison, seu sobrinho. Ela é mãe do também denunciado Leonardo, que na companhia do primo Deidison, serviu à organização até a prisão em flagrante em 24 de janeiro último. Ele também tem relação íntima com outros investigados.

Nesta data, em Formosa, José Vieira forneceu aproximadamente 2 quilos de maconha e cerca de 500 gramas de crack, que foram adquiridas e repassadas por Donizete, Simone e Camila. Entre os dias 24 e 25 daquele mês Marcileny e Leonardo adquiriram e transportaram a droga. Apurou-se que Marcileny negociou a aquisição dos produtos com Donizete que, por sua vez, para fazer o fornecimento, adquiriu a droga de José Vieira, seu fornecedor. Marciley acertou com Donizete que Leonardo iria de ônibus até Formosa buscar os entorpecentes.

De dentro do Presídio Odenir Guimarães, José Vieira ordenou a pessoas não identificadas o fornecimento da quantidade adquirida por Donizete, que, por sua vez, mandou que Simone e Camila providenciassem a busca e entrega a Leonardo. Na ocasião em que Leonardo voltava para Campos Belos foi preso em flagrante. O MP requereu a preventiva dos seis denunciados pelo crime de trafico ilícito de drogas.

Denúncia 3
Foi denunciado pelo crime de tráfico ilícito de drogas Deidison Ramalho da Silva. Deidison foi preso em janeiro de 2013, quando transportava uma barra de crack de 1,025 quilo, e uma barra de maconha de quase 1,5 quilo para Campos Belos, exercendo na cidade a função de braço direito do preso Donizete Soares da Silva.

Até então, ele tornou-se representante maior da organização em Campos Belos, dirigindo o fornecimento da droga – revenda, pela cidade, diretamente ou por terceiros. Por vezes, também comandou cobranças de dívidas em seu favor e de Donizete.

Era responsável por liderar outro grupo de pessoas que se encarregavam de distribuir em Campos Belos toda a droga fornecida por Donizete, encarregando-se pessoalmente da sua venda.

Em uma dessas vezes, em 17 de dezembro do ano passado, em Campos Belos, Deidison vendeu três porções de crack. Neste dia, ele negociou, em sua casa, a venda, por R$ 100,00. Instantes depois, policiais abordaram o comprador que confidenciou que havia adquirido o produto de Deidison, que foi preso em flagrante. Denunciado agora por tráfico ilícito de drogas, teve sua preventiva requerida. Fonte: MP-GO