MP-GO oferece denúncia contra envolvidos na morte de dois advogados em Goiânia

Júri homicídio advogados
Marcus Aprígio Chaves, de 41 anos, e Frank Alessandro Carvalhães de Assis, de 47, foram assassinados em 28 de outubro de 2020
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O Ministério Público de Goiás (MP-GO) ofereceu nesta sexta-feira (4/12) denúncia contra quatro envolvidos na morte dos advogados Marcus Aprígio Chaves, de 41 anos, e Frank Alessandro Carvalhães de Assis, de 47, ocorrida na tarde do dia 28 de outubro, no escritório de advocacia onde os dois trabalhavam, no Setor Aeroporto, em Goiânia. Foram denunciados pelo promotor de Justiça Geibson Rezende, da 83ª Promotoria da capital, Pedro Henrique Martins Soares, Hélica Ribeiro Gomes, Cosme Lompa Tavares e Nei Castelli.

Conforme apontado na peça acusatória, o crime foi encomendado por Nei Castelli, em razão de as vítimas terem alcançado êxito em uma ação de reintegração de posse proposta contra a família de Castelli, na qual coube pagar aos advogados, a título de honorários, o valor de R$ 4,6 milhões. Apurou-se que, inconformado com a condenação e por interesses patrimoniais, Castelli decidiu matar os advogados como forma de retaliação.

Para tanto, entrou em contato com Cosme Lompa, em busca de possíveis executores do delito. Um dos indicados foi Pedro Henrique Soares, com quem ajustou o modo de execução dos crimes e prestou auxílio antes e após os assassinatos, transportando os contratados e garantindo que se hospedassem em Goiânia.

Após a contratação, Hélica Ribeiro Gomes, namorada de Pedro Henrique, passou a interagir com Cosme Lompa, intermediando o valor da recompensa a ser paga pela empreitada criminosa. Posteriormente, Pedro Henrique contratou Jaberson Gomes (já falecido) para lhe auxiliar na execução dos crimes.

Valores
Apurou-se ainda que Nei Castelli prometeu pagar a Pedro Henrique e a Jaberson Gomes o valor de R$ 100 mil, caso saíssem impunes, ou R$ 500 mil, caso fossem presos em decorrência da empreitada criminosa.

Para ter acesso às vítimas, Pedro Henrique e Jaberson Gomes agendaram uma reunião com o advogado Marcus Chaves utilizando um nome falso. Ao chegarem ao escritório e tendo sido levados à sala de reunião, renderam Marcus Chaves que, sob a mira de revólveres, foi obrigado a chamar Frank Alessandro para o local.

Visando despistar a real motivação dos crimes, Pedro Henrique perguntou onde estava o dinheiro, ocasião em que Marcus Aprígio lhe entregou a quantia de R$ 2 mil, na esperança de que fossem embora. No entanto, Pedro Henrique disparou uma vez contra Frank Alessandro e três vezes contra Marcus Aprígio Chaves, que morreram no local.

Crimes
Assim, o promotor Geibson Rezende ofereceu denúncia contra Pedro Henrique por homicídio duplamente qualificado (mediante pagamento e dissimulação), por duas vezes, e, ainda, pela prática de roubo. Cosme Lompa, Nei Castelli e Hélica Ribeiro foram denunciados por homicídio duplamente qualificado (mediante pagamento e dissimulação), por duas vezes.

Foi ainda requerida pelo MP-GO a decretação da prisão preventiva dos denunciados Pedro Henrique, Hélica Ribeiro, Cosme Lompa e Nei Castelli para garantir a ordem pública, por conveniência da instrução criminal e para assegurar a aplicação da lei penal, “uma vez que se trata de delito hediondo, cometido com invulgar ofensa, revelando a crueldade dos executores que praticaram o duplo homicídio de forma fria e violenta, pelo que resta configurada a gravidade concreta do delito”, afirmou Geibson Rezende. Fonte: MP-GO