Ministra Delaíde Arantes recebe prêmio por defesa dos direitos das domésticas

“Existem sete milhões de empregados domésticos no Brasil. Noventa por cento são mulheres – 60% são mulheres negras. Nós precisamos conquistar a igualdade de direitos para essas pessoas”. Com essa bandeira, a ministra Delaíde Miranda Arantes, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), foi uma das sete vencedoras da 18ª edição do Prêmio CLAUDIA, da Editora Abril, uma das mais importantes premiações femininas da América Latina, que busca  “descobrir e destacar mulheres competentes, talentosas, inovadoras e empenhadas em construir um Brasil melhor”. A ministra conquistou o prêmio na categoria Políticas Públicas. O Prêmio é oferecido ainda  destaques nas áreas de Negócios, Revelação, Inspiradora, Cultura, Ciências e Trabalho Social.

Ao receber a premiação mês passado, em São Paulo, a ministra do TST garantiu que só irá sossegar quando as domésticas atingirem todos os direitos dos demais trabalhadores brasileiros. De acordo com ela, “a aprovação da PEC das Domésticas este ano foi uma conquista grande, mas apenas uma parte dos direitos está sendo aplicada”. Delaíde é considerada peça-chave nessa luta, pois há 21 anos escreveu um livro sobre os direitos e deveres que serviu de orientação para advogados fazerem a defesa das empregadas na justiça. Ela afirma que pretende continuar os debates até que sejam regulamentados itens como recolhimento do FGTS, pagamento de adicional noturno e seguro-desemprego.

De doméstica a ministra do TST

Ao receber o prêmio, Delaíde lembrou sua origem humilde – ela foi a primeira de nove filhos de um pequeno produtor na zona rural goiana, e só pôde estudar porque se empregou como doméstica. A ministra revelou que chegar à universidade, mesmo após quatro tentativas fracassadas no vestibular, foi o que lhe permitiu a ascensão a um tribunal de cúpula do Judiciário brasileiro.

Veja aqui o perfil da ministra apresentada pelo Prêmio CLAUDIA, que detalha sua luta pelos direitos das quase sete milhões de domésticas do país.

Sobre o Prêmio CLAUDIA

Em 16 anos de existência, o evento já selecionou mulheres de todos os estados brasileiros. De acordo com os organizadores, “elas servem de inspiração, transmitem perseverança e amor ao próximo, valorizam a contribuição da mulher para uma sociedade mais justa, mais solidária, mais feliz”.

A seleção das finalistas começa no mês de março, quando a equipe do Prêmio CLAUDIA convida personalidades (cientistas, acadêmicos, empreendedores sociais, empresários, políticos, escritores renomados e cineastas) para indicar suas candidatas. Participantes de anos anteriores e leitoras também dão sua contribuição. Dessa troca de informações, são selecionadas 250. Depois de uma rigorosa pesquisa sobre as grandes realizações dos nomes sugeridos, são definidas três finalistas por categoria.

O júri do prêmio é formado pelas leitoras (que podem votar no site da publicação a partir de agosto), pela direção da revista e por uma comissão de dez personalidades.  A votação popular, uma das fases finais para a escolha das vencedoras do Prêmio CLAUDIA, terminou este ano após mais de três meses de votação, que renderam um número recorde: foram mais de 250 mil votos, destaca a organização do evento. Eles foram  somados aos da Comissão Julgadora Externa e aos da Comissão Julgadora Interna. Cada um dos júris – popular, interno e externo – tem peso 1 na votação. Desta união saem as vencedoras.