Mais de 100 mil Carteiras de Trabalho não são retiradas da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em Goiânia

Mais de 100 mil carteiras de Trabalho e Previdência Social (CTPS) estão entulhadas na sede da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em Go­iânia. Os documentos foram emitidos, mas os solicitantes não voltaram para buscá-los. O montante de CTPS, que aguarda a retirada por seus titulares, também inclui as solici­tações feitas nas uni­dades do Sistema Nacional de Emprego (Sine).

Arquivaldo Bites, superintendente regional do Trabalho e Emprego do Estado de Goiás, conta que só tomou consciência da quantidade de carteiras estocadas após uma solicitação do chefe do setor responsável por guardar os documentos. “Eu não sabia que tinha esse tanto de carteira. Assumi a superintendência há mais de um ano e meio e dia desses o chefe do setor me enviou um pedido de compra de novos armários. Eu não entendi o porquê daquela quantidade e então ele me colocou a par das carteiras. Pedi para fazer um levantamento e chegamos a esse número”, explica ele.

A CTPS não tem validade e por isso não pode ser descartada. Existem carteiras estocadas desde 2000. Os documentos são mantidos nas unidades onde o titular realizou o requerimento, mas no caso do Sine, as CTPS são encaminhadas após seis meses para a sede do sistema no Setor Universitário.

“Não sabemos o motivo das pessoas não voltarem para buscar o documento. No entanto, eu acredito em algumas questões, como o trabalhador que já tem uma carteira de trabalho, solicita a segunda via por ter perdido o documento e acaba localizando a carteira antes da outra ficar pronta. Outro fator é o prazo para a CPTS ser emitida, que hoje é, em média, de cinco dias. O trabalhador, com pressa para começar em um novo emprego, acaba solicitando outra em cidades do interior”, diz o superintendente.

Custo

Outro ponto que preocupa a SRTE/GO é o dinheiro gasto para a emissão dos documentos, que ficam estocados. “Cada unidade representa um gasto de R$23,40. Conforme estimativa, se multiplicarmos este valor pelas carteiras abandonadas teremos, de dinheiro público desperdiçado, um total de mais de R$2 milhões. Uma quantia que poderia ter sido destinada para outros benefícios à população”, completa Arquivaldo.

As unidades de emissão da CTPS foram informatizadas em 2013 pelo Ministério de Trabalho e Emprego em todo o Brasil. Deste modo, o cidadão não poderá solicitar novamente o documento em nenhum outro local do país, se não tiver retirado o documento pendente. Fonte: Jornal O Hoje